Quando você se propõe a escrever um livro de ficção, acha que é um processo muito complicado, mas não é, porque é uma estrutura. E estruturas possuem passo a passo. Isto significa que, uma vez aprendido o caminho, você consegue produzi-lo com muita facilidade.
Folha de rosto, índice, dedicatória, prefácio, introdução, prólogo, capítulos, epílogo… é tudo muito simples. Basta preencher esses espaços com texto. E esse texto também possui uma base simples que, a princípio, dá-se com a famigerada “Jornada do herói”: Personagem tem uma vida normal, em um mundo comum, quando então é chamado à ação por um evento atípico, mas reluta a mudar sua rotina. A vida comum fica difícil, desafiadora, mas surge um mentor para ensinar-lhe o caminho das pedras, já percorrido por ele. Agora o personagem, guiado, parte em busca da resolução do desafio que surgiu e abalou sua vida normal. Ele enfrenta os problemas até que se depara com seu maior rival, que é o inverso seu: atitudes contrárias, valores contrários: O vilão, propriamente dito. Daí, vencendo esse inimigo, ele pode voltar para casa com o que buscava, porém, melhor do que era.
Esse foi um resumo da estrutura da Jornada do Herói, muito bem explicada pelo escritor Joseph Campbell em seu livro “O Herói de Mil Faces” (Leitura Obrigatória para quem quer ser escritor um dia). Entretanto, essa é a parte técnica, vamos dizer assim. Onde está a parte artística? Porque não podemos esquecer que, antes de tudo, um livro de ficção, seja romance, de fantasia ou científico, é arte; mesmo que seja usada para entretenimento, continua sendo uma obra artística literária, onde a imaginação e a criatividade são os carros chefes. E é aí que a coisa pega preço. Não é fácil inovar, criar histórias novas e originais e, por isso mesmo, vemos tantas obras parecidas, com histórias praticamente iguais, mudando apenas o cenário, os personagens e os detalhes (como é o caso dos filmes Avatar e Pocahontas, que possuem basicamente a mesma história, por exemplo).
Inovar deveria ser o motor do escritor, mas reciclar uma história não é de todo ruim, como já se viu, uma vez que Avatar é campeão de bilheteria e um sucesso fenomenal. O importante, já diziam os antigos escritores, não é a história, mas como você conta ela. São esses detalhes que prendem o leitor, que levam ele por viagens inimagináveis. E, se você inovar fazendo isso, então se torna uma obra prima. É melhor ainda.
Por isso, ao se dedicar a escrever um livro, não se apegue, no princípio, em ser um escritor completamente original. Recicle histórias, reconte-as com outros detalhes, outros mundos. Não tenha medo. E, em determinado momento, você vai vir com aquela história original, inovadora que transformará sua carreira.
Quando eu criei A Saga Draconiana, eu comecei me baseando em estruturas de obras existentes, como Harry Potter, Percy Jackson, A Roda do Tempo, dentre tantas outras, mas em determinado momento, a Saga Draconiana saiu disso e tomou seu rumo original. E, assim, o Universo Drakkar surgiu, recheado de coisas únicas, completamente inovadoras. Por isso, não tenha medo e comece a escrever seu livro agora. As coisas vão se ajeitando durante o processo e novas idéias vão surgindo. Vai por mim, faço isso há um bom tempo já e sei que você tem esse potencial. Toca ficha!