Minha primeira coluna foi publicada no Jornal Ibiá em Abril de 2019. De lá para, cá já se foram quatro anos ininterruptos e 182 colunas; sendo essa a de número 183. E muito aprendi com o compromisso de redigir esses textos, hora reflexivos e hora literários; pois escrever é uma arte que se aprimora com o tempo. É um processo em constante movimento.
Aquela coluna de estréia tinha como tema a persistência. E acho que foi essa persistência que me trouxe ao momento em que estou, com meus livros ganhando asas e leitores, e vendo o reconhecimento acontecendo grão a grão, através do lindo e difícil trabalho que é escrever. Ah! Brincadeira! Escrever é uma delícia. É só sentar a bunda na cadeira e deixar fluir. É possível escrever sem parar, como muito já fiz nessas colunas; tendo que, posteriormente, lapidar o texto até caber nos caracteres máximos comportados pelo espaço.
O Jornal Ibiá sempre foi, e sempre será, minha casa. Muitos amigos fiz ali e muito aprendi com meus colegas. E, com o espaço cedido gentilmente pela Lica e pela Mara, com o auxílio das editoras, Andressa Kaliberda e Cássia Oliveira, pude compartilhar com o nosso vale um pouco dos meus pensamentos. Sei que muitas pessoas curtiram essa viagem junto comigo pelos retornos que recebi esses anos todos, mas sei também que muitos discordaram bastante de coisas que escrevi. Enfim, é a vida.
Como a vida, tudo é impermanente e cíclico, e um novo ciclo se inicia sempre que o anterior acaba. E me é chegada a hora de dar um “até logo” para vocês, que desprendem o precioso tempo de suas vidas em alguns minutos para ler essa coluna. Espero que esses anos tenham valido a pena e que eu tenha compartilhado algo de valor com todos vocês.
Continuarei escrevendo literatura, e compartilhando meus mundos fantásticos através dos livros, e meus pensamentos através de esporádicos textos por aí à fora. Não nos deixaremos de nos “ler”, por assim dizer. E, para encerrar essa coluna de despedida, que não quero que tenha tom de despedida, deixo uma última ideia que quero, por sorte, que penetre fundo na mente de cada um de vocês:
A vida é um movimento. E ela só ocorre dentro de nós. O mundo não é fora, mas dentro, pois tudo o que vemos dele, tudo o que interpretamos e pensamos, passa pelo prisma de nossas mentes, de nossos conhecimentos, valores e vícios. Por isso não tente mudar o mundo, se acha que ele está sendo cruel com você; mude primeiro a si mesmo, e o mundo há de lhe acompanhar, pois é reflexo do que há de mais profundo em nós.
Essa dádiva que chamamos de vida é um instante dentre muitos, onde experimentamos uma pluralidade de sensações, sentimentos, alegrias, tristezas, sonhos e amores. E, por isso mesmo, não devemos vive-la em vão, mas dedicar cada dia ao único propósito de nossa existência: Viver. Experimentar. Porém, sempre em favor da vida, pois ela é a essência mais clara da presença de Deus no mundo.
Dediquem-se ao bem, à vida, ao progresso do gênero humano, com mais amor, tolerância, caridade e boa vontade. E a vida retribuirá em dobro! Nos vemos por ai! Até logo!