Quando ouvimos “Deus”, rapidamente nos vem aquela imagem clássica do velhinho barbudo sentado em um trono sobre as nuvens. Essa iconografia cristã é uma ideia popularizada pelos artistas que, sem muita referência textual, ativeram-se ao que podiam alcançar de mais próximo do imaginário que possuíam. Porém, um rápido estudo nos permite entender que, de fato, o Deus Cristão, que é o mesmo Judeu e Muçulmano, não tem uma “aparência” própria. Pois quando quer se manifestar, manifesta-se tal como desejar, da forma que quiser, onde quiser.
É importante entender esse ponto para perceber uma coisa: Deus não é Sua criação. A criação, isto é, a Manifestação física gerada por Deus, está Nele, mas não é Ele em todo, mas um movimento Dele. E em sua Manifestação, podemos ver essa ideia de Deus trazida à Luz da Matéria, na vida, que é esse mover-se de um ponto ao outro. Do não ser ao ser e de volta ao não ser. E, ainda que esse “não ser”, não seja um deixar de existir, precisa nos fazer pensar que tudo é temporário. E se tudo é temporário, é para apreciação, pois tudo o que é temporário não é verdadeiro. A única coisa verdadeira é Deus.
Nós, enquanto seres humanos Manifestados nesse mundo, somos um suspiro, uma ideia em Movimento, um acontecimento dentro de uma dualidade ilusória. O que há de real em nós é somente a Consciência de existirmos, pois essa provém e é um aspecto de Deus, que é a Realidade Última, experimentando a Si mesmo. E é aí que está a grande chave: ‘experimentando a Si mesmo’. E se observarmos a toda a natureza, vamos ver Deus trabalhando, movendo-se, criando constantemente uma vida colorida em diversidade, em variações de cores, sabores, odores, sons e gostos. A personalidade humana é só uma piscadela que ocorre desde que se abrem os olhos pela primeira vez até que se fechem pela última vez (pelo menos naquela vida). E tudo ali é experimentação. E a única lei que existe, nesse sentido é de que: todas as ações Conscientes precisam e devem ser feitas em prol do bem e do progresso da Consciência. Pois a Consciência é o aspecto de Deus em nós que está a experimentar toda a Manifestação do mundo.
Assim, sendo a vida esse experimentar, essa multiplicidade e diversidade, é inaceitável uma ideia rígida sobre como a vida deve ser vivida, uma vez que na natureza percebe-se o fluxo da Criação de Deus Movendo-se de formas tão diversas e repletas de variações. Por que com o ser humano seria diferente? A Consciência é Deus vivendo sua Manifestação através de nós, mas o “nós”, está dentro da Criação e, portanto, é o veículo do qual Ele se usa para viver todas essas experiências, incluindo toda a diversidade gerada por Ele mesmo e, portanto, perfeita.
Portanto, Deus não é Gay, e também não é Hétero; mas criou todos estes e tantos mais, para que a vida seja perfeita em todos os aspectos, para que todas as experiências de vidas possam ser vividas repletas de felicidade e plenitude nessa belíssima pluralidade da qual ela se farta.