A ansiedade é boa, até certo ponto. Ela permite a você prever certos problemas futuros e pensar em estratégias paralelas para não ser pego desprevenido; porém, quando ela passa do ponto, acaba se tornando um problema: o transtorno de ansiedade. E o Brasil é o país com maior número de casos de transtorno de ansiedade no mundo.
Popularmente, diz-se que depressão é excesso de passado e ansiedade é excesso de futuro. Não vou entrar no mérito da depressão, mas posso dizer, como bom ansioso, que realmente a ansiedade é excesso de futuro. Por isso, a chave do controle dela é o excesso de presente; talvez de ambas.
Pense nisso; seu cérebro foi feito para, basicamente, duas coisas: guardar memórias e processar dados. Concordamos quando dizemos que o futuro não é uma memória, não é? Porém, ainda assim, você força seu cérebro a ficar guardando memórias de acontecimentos futuros. Confuso? Também o é para seu cérebro. É aquele email que tem que responder, aquele jogo do filho que não pode perder, aquele encontro marcado, aquele lançamento de planilhas ou aquele telefonema que precisa retornar. Todas essas ações futuras são guardadas no seu cérebro como “memórias” e ele fica lhe lembrando delas a todo o momento (excesso de futuro).
O que fazer então? Esqueça essas ações. Não dê essa função ao seu cérebro, dê essa função à ferramenta que é a melhor amiga do ansioso: a agenda. Hoje você tem agenda eletrônica em qualquer smartphone. Use-a! Mas não confunda com lista de tarefas! Fuja das listas. Uma agenda tem ações e horários definidos para executar aquelas ações. Por isso, agende tudo o que precisa fazer e coloque um despertador e, então, esqueça! A agenda vai lhe lembrar do que fazer, na hora que deve fazer. Vai por mim, sua ansiedade vai quase desaparecer. Viva o presente!