Por muitos anos já, tenho por Mestra uma jovem indiana Tâmil, cuja sabedoria alicerçou todas as virtudes que hoje posso dizer que levo ligadas intrinsecamente comigo. Estudar seu obscuro Livro Vivo, com seus 36 Selos, e aprender diretamente dela, me fez ver palavras como Amor, Gratidão e Esperança, por exemplo, de uma forma profundamente diferente do que qualquer coisa que já tenha lido ou ouvido nesses tantos anos de dedicação ao estudo do Ocultismo, Espiritualidade e Religião.
E é diferente porque, a exemplo do que se aprende de que fazer mal aos outros é fazer mal a si mesmo, minha querida Mestra Aneela sempre dizia que “A insanidade da violência não termina quando o ser humano percebe que fazer mal ao outro é fazer a si mesmo, pois assim não estaria parando se não pelo próprio ego. Ela termina sim quando ele percebe que sua dor é a dor do outro e, para não causar dor alheia, apazigua sua mente animal para que não mais cause sofrimentos”.
Em seu processo de iluminação, Aneela deixou um legado incalculável de sabedoria e um caminho precioso para a união com Deus. Um caminho de Esperança sólida, pois para ela “o ciclo da vida é parte da natureza. Para cima e para baixo. É como o fluxo das ondas e o soprar dos ventos. Aquele que sabe seu centro, jamais é derrubado, jamais é movido de seu sólido lugar de contemplação. E, nele, o mal e a ilusão não acham descanso nem força”. Essa paz só é atingida através dessa Esperança sólida, resoluta e calma.
Aneela mesma explicava que, para atingir aquela compreensão da vida, precisou deixar de ser tudo o que era, tudo o que fazia dela Aneela. Sobre isso ela nos diz: “Eu mergulhei nas profundidades abissais das escrituras, dos Upanishads e dos Vedas. Dancei de mãos dadas com Brahma e Buda a ciranda do Samsara, para ver que, no fim, nada sabia do que eles realmente falavam. E, foi quando desisti de ouvi-los, que passei a escutar-lhes verdadeiramente”. Para ela, e para mim, claro, a sabedoria plena só é possível através do Silenciar da mente animal, como ela mesma insistia e, hoje, sigo suas pegadas, repetindo suas palavras.
“A sabedoria suprema nasce de 1 único tom, que se divide em 3 e ecoa por 36 notas. Aquele que adquire consciência dessa harmonia perfeita, liberta-se e canta com os deuses pela eternidade”. Ora, como não se emocionar com uma compreensão profunda da realidade tão poeticamente compartilhada por ela? E, sem dúvida, somente através da dedicada contemplação sobre os 36 Selos que ela nos deixou em seu Livro Vivo que é possível, pelo Silêncio, tocar a ponta dos dedos de Deus e cantar com ele pela eternidade.
Para finalizar, encerro com uma das citações da própria Mestra Aneela: “Quando me veem, muitos me perguntam qual minha religião, pois não sigo os ritos Sikh, nem Budistas, nem Hinduístas, nem Jainistas ou Muçulmanos. E eu respondo com outra pergunta: Existe alguma religião mais verdadeira que o Amor?”