A Nobre da Palmeira

Nos arredores da cidade de Tiruchendur, na região de Tamil Nadu, na Índia, havia uma enorme floresta de palmeiras. E para o povo Tamil que ali vivia, a palmeira era conhecida como Katpaha Tharu, que em tradução livre, podia-se entender como “A Árvore Celestial”. Ora, era dos céus, realmente, visto que era dela que tiravam seu sustento e seu alimento, produzindo um ponche muito famoso com seu fruto “Nungu”.

Ali naquele lugar paradisíaco vivia uma família: a família Shandrar, cujo patriarca, velho mestre de Varma Kalai, arte marcial muito versátil da região, além de ensinar os guerreiros do local, também era cultivador de palmeiras. Ele e sua esposa tinham apenas uma jovem filha, muito inteligente e perspicaz que, como sua família, mesmo crescendo em um local de religião Brâmane, acabou se convertendo ao protestantismo; Seu nome era Aneela Shandrar.

Aneela, depois de adulta, passou muitos anos vagando pela região de Tamil Nadu, ensinando e aprendendo com o povo. Seu conhecimento sobre os textos védicos, bíblicos e budistas eram tão profundos que ninguém sabia explicar de que forma ela havia aprendido tudo aquilo. Mestres brâmanes debatiam com ela, cristãos chamavam-na de blasfemadora, budistas quebravam a cabeça para entender o que ela dizia. Aneela era uma pessoa especial. E, por ser tão sublime em suas palavras, o povo se acercava ao seu redor e muitos a ouviam.

Ora, era claro que os sacerdotes, fossem eles da religião que fossem, não aceitavam que alguém como ela, mulher, leiga e filha de um Tamil cultivador de palmeiras ensinasse o que a eles dava muito status e riquezas. E, assim, logo forçaram para que ela parasse de ensinar e, retirando-se para entendê-los, Aneela meditou por um longo período quando, então, chegou à paz plena e a compreensão absoluta da vida. Sem que pudesse traduzir em palavras aquilo que havia percebido, ela traçou em papel 36 selos que, visualizados da forma correta, seriam como um caminho para a iluminação que ela havia atingido. Aqueles 36 selos ficaram conhecidos como “O Livro Vivo”, que também foi ferozmente combatido pelos sacerdotes tradicionais das regiões por onde ela andava.

Aneela, que no início tentava entender por que combatiam ferrenhamente os ensinamentos de paz, amor, bondade e prosperidade que trazia, entendia agora que o mundo não tinha culpa de enfrentar e negar o amor de Deus, e que ela, mesmo com toda a afronta, deveria continuar pregando aqueles mesmos selos que desenhara. Pois aqueles 36 selos eram o caminho do amor, da paz plena e da compreensão absoluta, que libertaria cada ser humano das correntes invisíveis dos vícios e das emoções selvagens que tomavam suas almas. Aquele Livro Vivo era o mapa do caminho para Deus.

Infelizmente Aneela desapareceu, e seus ensinamentos foram soterrados por todos os sacerdotes da época, mas seu Livro Vivo sobreviveu tendo escrito na Consciência do mundo cada um dos 36 selos, esperando para ser decifrado uma vez mais, por aqueles que conheceram seu amor profundo pela humanidade. Pois “Amor”, era o primeiro de todos eles.

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