O período do Verão – entre dezembro e março – exige maior cuidado da população em relação aos acidentes com escorpiões, já que o clima úmido e quente é considerado ideal para o aparecimento desse tipo de animal peçonhento, que se abriga em esgotos e entulhos. A limpeza do ambiente e a adoção de hábitos simples, de acordo com o Ministério da Saúde, são fundamentais para prevenir picadas.
No meio urbano, a orientação para evitar a entrada de escorpiões em casas e apartamentos é usar telas em ralos de chão, pias e tanques, além de vedar frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas. Os cuidados incluem ainda afastar camas e berços das paredes e vistoriar roupas e calçados antes de usá-los. Já em áreas externas, a principal dica é manter jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo doméstico. Além disso, é importante manter todo o lixo da residência em sacos plásticos bem fechados para evitar baratas, que servem de alimento e, portanto, atraem os escorpiões.
Outra recomendação é manter o gramado sempre aparado, não colocar a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos e usar luvas e botas de raspas de couro na hora de manusear entulhos e materiais de construção e em atividades de jardinagem.
O ministério não recomenda o uso de produtos químicos como pesticidas para o controle de escorpiões. “Estes produtos, além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando a chance de acidentes”, informou.
Vigilância realiza capacitação sobre escorpião amarelo
A Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), promoveu o primeiro treinamento de 2019 sobre o controle de escorpiões. Nesta quinta-feira, 17, técnicos do Estado estiveram em São Leopoldo para capacitar profissionais de diversas áreas quanto ao cuidado na prevenção e manejo do animal peçonhento, assim como o atendimento a pessoas que possam sofrer algum acidente. O Vale do Sinos registrou no final do ano passado pela primeira vez a identificação do escorpião amarelo (Tityus serrulatus), espécie venenosa e que não é nativa do Rio Grande do Sul, mas passou a ser visualizado no Estado desde 2001.
Ao longo de 2018, outros municípios que registraram visualização do artrópode também receberam o treinamento por parte da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde do Cevs. No período, foram capacitados profissionais de São Sebastião do Caí, Nova Bassano, Encruzilhada do Sul, Sapucaia do Sul e Gravataí.
A atividade ocorrida nesta quinta-feira foi direcionada aos profissionais das Unidades Básicas de Saúde, hospitais, Samu, servidores das áreas de Vigilância Ambiental, limpeza urbana, bombeiros, defesa civil e outros, de acordo com a definição da Secretaria Municipal da Saúde.
Populações mais expostas
Os grupos considerados mais vulneráveis são trabalhadores da construção civil, crianças e demais pessoas que permanecem grande parte do tempo dentro de casa ou nos arredores e quintais. Nas áreas urbanas, também estão sujeitos a picadas trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, que manuseiam objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar escondidos.