Pouco conhecida, a Disfunção Temporomandibular (DTM) representa um grupo de condições clínicas que envolve problemas nas articulações da boca (articulações temporomandibulares – ATM), músculos mastigatórios e das estruturas associadas a este complexo articular. Para quem enfrenta a DTM, isso pode ser sinônimo de muita dor, dificuldade de abrir ou fechar a boca, zumbidos, entre outros incômodos.
Segundo a Associação Internacional de Cefaleia (IHS), existem mais de 200 tipos de dores de cabeça já catalogadas e estudadas, e dentro desta classificação estão as dores de cabeça provenientes das DTMs. Ainda, conforme o critério de diagnóstico da IHS, a origem da dor pode ser decorrente do deslocamento do disco articular da ATM.
Os dados epidemiológicos apontam para um problema de saúde pública, uma vez que 40% a 75% da população de adultos possuem pelo menos um sinal de DTM. Dentro de estimativas, apenas metade dos pacientes procuram tratamento e, aproximadamente, 15% acaba por ficar com esta patologia de forma crônica. “Essa patologia pode ser causada por hábitos parafuncionais [como mascar chiclete, roer unhas, morder objetos], alterações oclusais [como falta de dentes], problemas sistêmicos [hiperlassidão ligamentar, transtornos do sono], alterações estruturais ou traumatismos”, explica fisioterapeuta Juliana Primaz.
Normalmente os dentistas são os primeiros profissionais envolvidos no tratamento das DTMs e utilizam terapias, caso necessário, medicações. Porém, por ser frequentemente associada a outras condições clínicas como as cefaleias de tensão (dor de cabeça por tensão muscular), patologia do sistema auditivo, entre outras, o tratamento pode ser multidisciplinar.
Nessas situações, os pacientes podem ser tratados com a fisioterapia, já que ela ajuda a minimizar ou até mesmo reestabelecer o equilíbrio dessas musculaturas a partir de técnicas de relaxamento, fortalecimento, alongamentos e com a utilização de aparelhos anti-inflamatórios e de regeneração tecidual.
“O tratamento multidisciplinar se mostra mais eficiente e com resultados mais rápidos que trabalhos isolados, pois cada paciente reage de uma determinada maneira com relações as terapias, devendo os profissionais adequar o melhor tratamento para cada um” destaca a fisioterapeuta.
Sintomas mais comuns da DTM
Pessoas com disfunções temporomandibulares podem sentir uma forte dor e desconforto, que pode ser temporária ou durar muitos anos. A dor e sensibilidade ocorrem mais comumente no rosto, área correspondente à articulação temporomandibular, pescoço, ombros, ao redor da orelha durante a mastigação, ao falar ou abrir a boca.
Os sintomas são:
– dores de cabeça na região da testa, fundo de olho e nas têmporas;
– dores de ouvido;
– zumbidos no ouvido;
– dificuldade para mastigar;
– dores durante a mastigação;
– tonturas;
– vertigens;
– barulho próximo à orelha ao abrir e fechar a boca;
– desgaste dental excessivo;
– sensação de travar a mandíbula.
