Dezembro é o mês de conscientização do câncer de pele, o tipo mais prevalente na população mundial. Conhecida também como “Dezembro Laranja”, a campanha visa estimular a prevenção e o diagnóstico da doença. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada ano, cerca de 180 mil novos casos são registrados.
“O câncer de pele corresponde a 25% de todos os casos da doença entre a população”, afirma a dermatologista Dulce Aunhao, da Central Nacional Unimed. A especialista explica que, muitas vezes, a doença se manifesta silenciosamente, por isso, é preciso estar atento aos primeiros sinais no corpo. Por mais sutis que sejam, é preciso procurar um profissional para eliminar dúvidas.
Entre os sinais que podem indicar a doença estão o surgimento ou o aumento de pintas e manchas pelo corpo: uma pinta que aumentou de tamanho ou mesmo uma lesão que está sempre ferida, que sangra sem razão ou que não sara com facilidade. “Quanto antes a doença for diagnosticada, mais efetivo e rápido será o tratamento”, enfatiza a dermatologista.
A maioria dos cânceres de pele é causada pelo excesso de exposição ao sol, em horários inadequados, principalmente. A doença surge a partir do crescimento anormal e descontrole das células que compõem a pele.
Os tipos mais comuns são o carcinoma basocelular e o espinocelular, que correspondem, respectivamente, a aproximadamente 70% e 10% dos casos. O tipo menos frequente que, entretanto, é inversamente o mais agressivo é o melanoma, que tem fatores genéticos em sua causa, além da exposição solar.
Saiba identificar as principais diferenças entre eles
Carcinoma basocelular (CBC): aparece na camada mais profunda da epiderme, a camada superior da pele. Ele costuma surgir em regiões expostas ao sol, como o rosto, as orelhas, o pescoço, o couro cabeludo, os ombros e as costas. É um tipo que é menos agressivo e pode ser curado em caso de detecção precoce.
Carcinoma espinocelular (CEC): esse câncer costuma se manifestar nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Embora possa se desenvolver em qualquer parte do corpo, o mais comum é que ocorra nas partes expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo e pescoço. A pele no local afetado apresenta enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. Os CECs têm coloração avermelhada e podem parecer com machucados que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, esse câncer é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres.
Melanoma: É o câncer de pele mais agressivo, que pode gerar metástases (atingir outros órgãos) e possui o maior índice de mortalidade. Ele possui a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos, mas ao contrário dos sinais “normais”, o melanoma muda de cor, de formato ou de tamanho e, ainda, pode causar sangramento. A hereditariedade exerce um papel central no desenvolvimento do melanoma. Pessoas com familiares diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente.
É importante ressaltar que mesmo nos casos de melanoma, as chances de cura chegam a 90%, quando a doença é detectada no início. Por isso é fundamental a ida ao dermatologista pelo menos uma vez por ano e procurar um profissional assim que notar qualquer sinal minimamente anormal na pele. “Apenas um profissional qualificado pode diagnosticar a doença e recomendar a melhor conduta de tratamento”, ressalta Dulce.