No Rio Grande do Sul, a terceira etapa da pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e Cuidado, realizada pelo Ministério da Saúde, indica que 81% dos pais ou cuidadores entrevistados participaram das consultas de pré-natal com suas parceiras. Desse total, 79% afirmaram que esse envolvimento os motivou a cuidar melhor da sua saúde. Os dados demonstram que a paternidade é a principal porta de entrada do homem na unidade de saúde para que ele também se cuide.
“Na saúde brasileira, por barreiras socioculturais, por exemplo, diferentemente da mulher, a população masculina tende a buscar os serviços de saúde já na atenção especializada – e não no atendimento primário, por meio da promoção da saúde e da prevenção – o que traz como consequência o agravamento de doenças” explica o coordenador da Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Francisco Norberto Moreira da Silva.
Nesta terceira etapa da pesquisa foram realizadas 37.322 entrevistas com pais ou cuidadores que assumiram a figura paterna e que acompanharam o pré-natal, parto e pós-parto de crianças nascidas no Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de 2015. O objetivo da pesquisa é obter dados sobre o acesso, acolhimento e cuidados com a saúde masculina nos serviços públicos de saúde; e levantar informações sobre o envolvimento do pai no pré-natal e nascimento da criança. A coleta de dados foi feita entre março de 2017 e março de 2018. No Rio Grande do Sul foram feitas 1.677 entrevistas.
Embora o estudo aponte maior conscientização em relação à saúde, devido a participação no pré-natal, ainda é alto o número de homens que não têm na sua rotina o cuidado com a saúde. Quando questionados sobre o costume de buscar os estabelecimentos públicos de saúde, 34% dos entrevistados afirmaram não ter o hábito de ir nesses locais. Desse total, 50% informaram que o desinteresse é motivado por nunca ter precisado; falta de interesse ou porque não gosta de hospital. Contudo, muitos agravos poderiam ser evitados.
Até o final deste ano, o câncer de próstata – segundo tipo mais comum entre os homens – deve atingir 68 mil brasileiros, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Já a Hiperplasia Benigna da próstata (HBP) – doença mais comum do órgão que não tem relação com o câncer – pode atingir cerca de 2 milhões de homens anualmente no Brasil, de acordo com informações do Hospital Israelita A. Einstein. Nesse sentido, durante o mês de novembro são intensificadas as ações que buscam conscientizar a população masculina sobre a importância do cuidado com a saúde.
A pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e Cuidado integra a estratégia Pré-Natal do Parceiro, presente no eixo Paternidade e Cuidado, da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), do Ministério da Saúde. A Política visa qualificar a saúde da população masculina, na perspectiva de linhas de cuidado, resguardando a integralidade da atenção (primária – promoção da saúde e prevenção do adoecimento; e especializada) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).