Introduzida no País ainda em julho do ano passado como modelo 2018, a versão Limited a diesel do Jeep Compass, com tração 4×4, é desses carros sobres os quais recaem poucas ressalvas. Equipada com o pacote High Tech, repleto de tecnologia de ponta, a unidade cedida pela fábrica ao Ibiá Motores mostrou ao longo de 1.100 quilômetros que se trata de um veículo de múltiplas aplicações, sempre com elevado padrão de eficiência e conforto.
Do motor 2.0 MultiJet II, de 170 cv e 35,7 kgfm de torque, a impressão foi das melhores, seja em baixas, seja em altas rotações. Arranca bem. Retoma bem. É silencioso para padrões a diesel. Na ERS-240, desde Montenegro até o pedágio de Portão, ultrapassou com facilidade. Nessas manobras, porém, o monitoramento de pontos cegos revelou alguma imprecisão, já que apitava (e fazia o som baixar o volume) mesmo quando o veículo deixado para trás estava a uma distância segura. Menos mal que é possível deixá-lo somente com avisos visuais nos retrovisores externos ou até desligado.
No deslocamento para o Litoral Norte via freeway, a média de consumo foi de 16 km/l, dentro dos limites de velocidade, com três pessoas embarcadas e bom volume de objetos no porta-malas, que tem capacidade para 410 litros, ou seja, atende adequadamente uma família de quatro pessoas numa viagem média. Para abri-lo totalmente, basta apertar um botão na chave, mas para fechá-lo é preciso fazer um esforço bem maior que o normal, porque pesado.
De dentro para fora, um aspecto desfavorável é a visão restrita que se tem pelo vidro da tampa do porta-malas. Cabe, ainda, uma ressalva à cor “Ski Gray”, um cinza claro que, apesar de elegante, suja sem dificuldade. É um cuidado a mais que o dono terá no dia a dia. No mais, o acabamento é de luxo, com superfícies emborrachadas, detalhes em couro, preto brilhante e cromados — tudo digno de elogios à Jeep. Para os passageiros do banco traseiro, destaque para o espaço folgado para as pernas, saídas de ar-condicionado e tomadas para carregar o celular ou tablet.
O câmbio de nove marchas casa bem com o MultiJet II, com respostas rápidas e trocas imperceptíveis. Para uma tocada mais esportiva, o condutor tem a opção de aletas atrás do volante. Na hora de manobrar, tudo facilita: a câmera de ré de boa definição em tela grande de 8,4 polegadas, mas sem sensor; e a dianteira tem sensores sooros que ajudam a colocar o carro na vaga.
A rodagem na área urbana de Montenegro, onde os problemas de pavimentação pipocam em todos os bairros, mostrou um inconveniente do Compass 4×4. É que os pneus de perfil baixo, de 19 polegadas, medida 235/45, sentem os buracos mais do que o esperado. Há pequenos socos e ruídos, algo inadequado para um utilitário de porte médio. No mais, a suspensão trabalha eficientemente em vias bem conservadas (na traseira, usa sistema multilink), com bastante estabilidade e sem oscilações laterais em curvas, mesmo num bom embalo.
Alta tecnologia embarcada
São R$ 15 mil de custo, mas o pacote High Tech torna o Compass um SUV de diferenciado padrão tecnológico: controle de adaptativo de velocidade de cruzeiro, monitoramento de mudança de faixa, farol alto automático, aviso e prevenção de colisão frontal que engloba frenagem automática, partida remota do motor e sistema de estacionamento semiautônomo Park Assist, que atua em vagas paralelas e perpendiculares à via.