O surgimento de serviços de streaming, como a Netflix, revolucionou o mercado audiovisual. A possibilidade de assistir o filme, a série ou o documentário que você quiser no conforto de sua casa, diante de um grande catálogo cheio de opções, é algo que vem ganhando cada vez mais adeptos. Porém, muitas vezes o conteúdo oferecido pelos grandes serviços de streaming é ligado às grandes distribuidoras, criando um monopólio de filmes e produções “hollywoodianas”, o que pode não agradar os amantes de filmes estrangeiros e independentes.
Com o objetivo de preencher algumas das lacunas deixadas pelos grandes serviços de streaming, foram criados muitos serviços para nichos mais específicos. É o caso da Indieflix, que seria como uma Netflix de filmes independentes. A Indieflix foi fundada pela estilista Scilla Andreen, com o objetivo de trazer curtas e filmes independentes de diversos países, muitos que só haviam sido disponibilizados em festivais de cinema, além de webseries e programas antigos de televisão. Atualmente, são mais de oito mil títulos de mais de 30 países disponíveis em seu catálogo, muitos disponíveis de forma gratuita.
Para aqueles que querem se aventurar melhor na extensa lista de filmes do serviço, o custo é de R$ 125,00 ao ano. Além de promover o cinema independente, a Indieflix apoia produções audiovisuais que tenham como proposta as transformações na sociedade. Um exemplo é “The Empowerment Project”, que mostra cinco jovens que foram para a estrada em busca de histórias de mulheres bem-sucedidas.
Os amantes de documentários não ficam de fora. A plataforma Top Documentary Films (www.topdocumentaryfilms.com) é um acervo online de documentários das mais variadas épocas, gêneros e nacionalidades. A maioria das obras disponíveis pode ser encontrada com legendas em português, mas para quem quer treinar ou aperfeiçoar outros idiomas o serviço pode ajudar muito. Nas redes sociais, a Top Documentary Films já tem mais de 200 mil seguidores.
O site Armazém Memória (www.armazemmemoria.com.br) conta a história do cinema brasileiro desde o seu início, através do seu projeto Cinemateca Popular Brasileira. Em seu canal do YouTube (Cinemateca Popular Brasileira: Filmografias & Cronologias), são disponibilizados documentários e filmes antigos brasileiros, que marcaram o começo da sétima arte no país. A maioria dos conteúdos audiovisuais lá disponíveis são das décadas de 20 e de 30, mas o filme mais antigo é “Os Óculos do Vovô”, um filme mudo brasileiro do ano de 1913, que é considerado o mais antigo filme do país ainda preservado.
Para amantes de cinema, filmes independentes são importantes
Os filmes independentes são muito importantes para a sétima arte. É o que acredita a fã de cinema Pâmela Magalhães. Ela afirma que, além de descentralizar o monopólio de produtoras já consagradas, o cinema independente abre cada vez mais espaço para novas ideias, que não seriam conhecidas ou aproveitadas sem ele. “Além disso, são descobertas muitas técnicas novas de fazer filmes através deste tipo de cinema, muitas ideias geniais de roteiro são exploradas, além, é claro, dos talentosos atores que são descobertos todos os dias”, reforça.
A estudante Tábata Kolling também acredita nessa importância. “O cinema independente é importante por dar voz a quem está fora da grande indústria, por mostrar histórias diferentes, com um olhar diferente, e muitas vezes com uma estética diferente”, afirma a apaixonada por cinema. Tábata aponta que, como os filmes independentes, normalmente, têm um orçamento baixo, eles não têm um compromisso tão grande em dar um retorno financeiro, o que traz novidades e dá oportunidade aos novos profissionais do cinema.