Relíquias que têm valor sentimental para os donos

Para compensar o corre-corre diário, as pessoas costumam cultivar algum hobby. Alguns curtem música, outros dançam e há quem colecione itens raros, buscando o prazer pessoal. O ferroviário aposentado Irani Vilar dos Santos, 70 anos, é um exemplo de pessoa apaixonada por carros antigos. Fez deles um modelo de negócio, ganhando dinheiro com a revenda.

O APOSENTADO Irani cuida bem do Corcel 1 que comprou há 18 anos e pelo qual não aceita dinheiro nenhum

Seu Irani tem um carinho especial por um destes automóveis, o qual ele fez questão de manter e cuidar. O Corcel 1, de 1971, já completou 18 anos com a família, mas não vai sair tão cedo de casa. É o cavalo de batalha para a lida no campo, segundo o proprietário. “Sempre gostei muito de Corcel e comprei este para negócio, mas foi ficando e estou com ele durante todos esses anos”, revela Santos.

Há outros dois veículos antigos na garagem do aposentado. Um Versalhes 1995 e um caminhão Mercedes 1111, de 1969. Porém, a paixão maior é o Corcel vermelho. Nele, já foi aplicado um bom dinheiro, embelezando a lataria, o estofado e o motor. Foram gastos em torno de R$ 7.500,00 para deixar o automóvel brilhando. No entanto, o investimento não quer dizer que o mascote da família possa ser vendido. “Nenhuma proposta me agrada. É para o resto da vida”, enfatiza o dono.

Essa vontade e apreço por veículos antigos acompanha o ex-ferroviário há décadas. “A gente pega o jeitinho deles e me acostumei com eles. Por isso, vou conservando as coisas mais antigas”, afirma. Além disso, passou o hobby para um dos filhos, o qual possui uma revenda de carros novos e seminovos em Montenegro.

Para Irani , a resistência da lataria e da mecânica são os pontos mais fortes dos automóveis de antigamente. “Não quero carro novo, pois são despesas a mais e não são tão resistentes, em minha opinião”, revela. O amor pelo Corcel e seus colegas de garagem é tão grande que o aposentado faz questão de passar um pano e tirar o pó das relíquias com frequência. Estão sempre limpos e brilhando. “Faço questão de cuidar deles”, finaliza.

O passeio que despertou a paixão por Opalas

Júnior Rodrigues se apaixonou pelo Opala do avô, quando pequeno, e ficou fissurado por veículos do modelo

A paixão por carros antigos também floresceu no contador montenegrino João Batista Rodrigues Júnior, de 41 anos. Ele conta que, em 1987, com 10 anos de idade, recebeu a visita do avô, que trouxe sua nova aquisição: um Opala Diplomata. “Nós fomos dar uma volta e fiquei fissurado no carro. A partir dali, virou sonho de criança”, conta Júnior.
O gosto por carros antigos está ligado ao lado esportivo e de lazer de Rodrigues.

Atualmente, o contador possui um Opala SS, do ano 1974, com seis cilindros e motor 4.1, sendo o primeiro automóvel antigo da garagem. O veículo do montenegrino já foi capa de uma revista do segmento automobilístico, no ano passado, e estrelou um clipe musical. “Faço parte do grupo de proprietários de Opalas Veteranos 4100, de Gravataí, que conta com mais de 30 integrantes”, revela o dono do SS 74.

Organizador da Quinta Insana, evento da cidade que reúne os carros antigos na primeira quinta-feira de cada mês, Júnior também vai a vários encontros de automóveis antigos do estado. “Esporadicamente, participo de provas de arrancada no Racha Tarumã e no Racha Noturno, no autódromo de Santa Cruz do Sul”, afirma.

Conforme o proprietário, houve uma preparação leve do motor para melhorar a durabilidade. Porém, o mais curioso é a compra do utilitário, em 2011. “Comprei um Opala e descobri que o motor era o mesmo do carro de um velho amigo, de quando a gente acelerava juntos, em 1996”, enfatiza.

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