Quando o assunto é rap com seriedade, ele mexe com a comunidade. Neste sábado, às 14h, vai rolar a segunda edição da Batalha de MCs deste ano, na Estação da Cultura, com entrada franca. Qualquer artista que domine a rima na ponta da língua poderá se inscrever pouco antes do início para batalhar. O propósito é divulgar os talentos do estilo que estão escondidos pelos cantos da cidade. O rap, bem como o Hip Hop, também estão sendo valorizados pela Prefeitura Municipal.
Atento no crescimento do gênero, MC Pedrão, um dos maiores nomes do rap em Montenegro, resume o que são estes eventos. “As batalhas de MCs acontecem uma vez por mês na Estação da Cultura, onde os MCs se desafiam nas rimas feitas de improviso. Qualquer um que tenha o dom de improvisar pode participar, pois a inscrição é feita na hora”, explica. O evento contará também com as apresentações de R279, Guerreiros da Perifa, Dois Pia e MC Giba.
Pedrão declara que o movimento ainda tem muito espaço a conquistar, mas acredita que está evoluindo. “Sempre vai ter coisas que podemos melhorar, mas acredito que estamos no caminho certo. Hoje temos uma associação que já fez vários projetos, os quais atenderam, nesses últimos anos, mais de 3000 jovens e crianças. O MH2M (movimento hip hop Montenegro) luta por isso. E também por mais eventos para os grupos poderem mostrar seu trabalho. Isso é fundamental. Estamos gratos à Prefeitura por ter nos cedido um espaço na Estação da Cultura, onde realizamos reuniões, ensaiamos e promovemos eventos”, declara.
Uma vida de MC
Afinal de contas, o que é ser um MC? É só pegar um microfone e sair rimando por ai? Para Toni Anderson Souza, o MC Toni, é ser um anunciador do que acontece na sociedade, além de representar um estilo de vida. “O MC, na verdade, é a voz das periferias, das comunidades. É algo que não te deixa mais se calar. Tu leva os ensinamentos e as letras por onde passar”, diz.
MC Toni tem 34 anos, mas desde os 15 se dedica ao rap e ao hip hop. Segundo ele, falta maior valorização. “Quando tem festas na cidade, contratam grupos e bandas de outras cidades, mesmo com a gente já tendo CDs gravados”, resume.