“Pula a fogueira iaiá
Pula a fogueira ioiô
Cuidado para não se queimar
Pois essa fogueira já queimou o meu amor”
Quem não tem na memória recordações de uma divertida festa junina não sabe o que perdeu. Bom…perdeu não. Porque sempre é tempo de pendurar as bandeirinhas, preparar os comes e bebes e, o principal, chamar os amigos para se aquecer numa festa das boas. É tempo de festas juninas. Ou seja, muita comida típica do Nordeste – calma que tem espaço para o pinhão também –, fogueira, bandeirinhas, chapéu de palha, figurino xadrez e muito forró.
Quer organizar o seu próprio arraiá com amigos e familiares? Para você não esquecer de nenhum item fundamental, preparamos algumas dicas para organizar a festa perfeita. Comece escolhendo a melhor data para a sua turma e torça para fazer bastante frio. Na hora de convidar a galera, incentive todos a caprichar no figurino caipira, assim a comemoração fica bem mais divertida e as fotos ficarão bem mais legais. Lembre de verificar a quantidade de pessoas que convidou e quantos efetivamente irão antes de comprar tudo o que é necessário, assim se evita desperdício e, principalmente, a falta de algum alimento durante a festa. É possível combinar de cada um levar algo.
Tá em dúvida sobre as músicas? Vale pesquisar antes e montar uma playlist especial. Em festa junina que se preze, não pode faltar Luiz Gonzaga, Falamansa, Dominguinhos, Elba Ramalho, Frank Aguiar e Aviões do Forró.. Claro que outros ritmos tocarão, mas, para entrar no clima junino, músicas típicas são importantes. Aproveite um forró pé de serra para se esquentar no baile.
A decoração é o item mais fácil e barato. As mesas podem ter toalhas de chita e, como centro de mesa, garrafas enfeitadas com palha. Uma ótima – e quentinha – ideia é montar uma fogueira de verdade. Mas cuidado com a segurança, especialmente se houver crianças. Bandeirinhas não podem faltar! Nem todos os convidados entrarão no clima e isso é normal. Mas os anfitriões devem estar vestidos a caráter e incentivar os visitantes a usar pelo menos um adereço. O traje masculino típico é composto por camisa xadrez, calça jeans com costuras de retalhos ou sarja, tênis ou botas. Use chapéu de palha e desenhe barba e bigode no rosto. Já para elas, o tradicional é vestido estampado ou decorado com rendas e retalhos, sandálias ou botas rasteiras. Os acessórios são chapéu e tranças no cabelo. Não esqueça das pintinhas nas bochechas.
E, para animar a noite, além da música, você pode programar brincadeiras típicas. Pescaria, bingo, jogo da argola, morde a maçã, corrida do ovo na colher, derruba-latas, cadeia, barraca do beijo ou correio elegante e, a mais tradicional de todas: o casamento caipira. Todas elas não exigem grande investimento.
Um pouco da história
Se puxarmos pela história, descobriremos que a festa junina não é brasileira. Segundo apontam historiadores, as origens estão nas festividades pagãs realizadas na Europa na virada da primavera para o verão (quando aqui é junho), o chamado de solstício de verão. As festas eram realizadas com o objetivo de afastar os maus espíritos. Só quando o Cristianismo se consolidou como principal religião no continente europeu é que a festa perdeu esse contexto e foi incorporada ao calendário festivo do catolicismo. Atualmente, as festas juninas são promovidas em homenagem a três santos padroeiros que têm suas datas de homenagem nesta época. São João Batista, padroeiro de Montenegro, nascido em 24 de junho, é um deles. Segundo a lenda, Isabel, a mãe de São João, teria anunciado o nascimento do filho à irmã, Maria, mãe de Jesus, acendendo uma fogueira em cima de um morro. A fogueira virou bom presságio. O dia de Santo Antônio de Pádua é 13 de junho e o de São Pedro é 29 de junho.
E a comilança?
O quentão feito aqui no Rio Grande do Sul é diferente do tradicional, nordestino, à base de cachaça. O nosso, lá no Nordeste, é chamado de “vinho quente”. Mas vale se deliciar com qualquer um. Os pratos típicos do Nordeste fazem a alegria dos convidados de festa junina. Alguns alimentos já são mais conhecidos por aqui, como amendoim torrado, pipoca doce e salgada, canjica, paçoca, milho verde, pé-de-moleque, quentão e arroz doce. Mas alguns pratos são muito consumidos nas festas tradicionais e mais raros de ver aqui no sul, como broa de fubá, bolo podre, pamonha ou curau. O pinhão não pode faltar em festa junina aqui no Sul.