Texto leve, em ritmo, que traz sentimentos e retrata fatos e traços do cotidiano que são registrados pelos autores. Assim surgem as poesias, escritas por meio da imaginação e criatividade momentânea do artista. É uma arte, isso é inegável. Em Montenegro, há 11 anos existe um concurso que mobiliza toda a comunidade para a criação destas escritas e também na avaliação e escolha dos melhores trabalhos.
O projeto Poesia em Movimento incentiva estudantes das escolas municipais, estaduais e particulares da cidade, bem como a população para este trabalho de criação poética. Na última sexta-feira, 23, ocorreu a premiação da 11ª edição. Foram escolhidos 60 textos produzidos por montenegrinos.
As poesias selecionadas são transformadas em cartazes e material online, produzidos pela Tasca Produções, uma parceira do projeto. Outra parceria do Poesia em Movimento, e por isso o nome, é a Viação Montenegro (Vimsa), que fixa os trabalhos nos ônibus municipais.
Para Aline Riffel, da Vimsa, a empresa sempre está apoiando ações voltadas à educação e cultura. “Este é um projeto consagrado, isso porque há uma adesão das escolas, passageiros e comunidade. Temos depoimentos de clientes afirmando que o dia deles muda a partir da leitura de uma poesia fixada no ônibus, levando a outros pensamentos”, destaca.
Em 2018 foram 584 poesias inscritas, sendo que a escola com o maior número de textos foi a Etelvino Araújo Cruz teve 175 inscrições e também conquistou o maior número de vitoriosos, recebendo um troféu de participação. No entanto, quem ganha é a comunidade, que a partir de agora pode ter uma boa e instigante distração ao viajar com os ônibus da Vimsa.
Segundo a diretora da Biblioteca Pública Hélio Alves de Oliveira, Ana Valdeti Martins, com estes tipos de projetos a biblioteca incentiva a cultura em geral. “Permitimos que a comunidade esteja mais perto de materiais escritos. Com as produções, trazemos a criatividade e a criação das pessoas”, diz.
Poetas e poetisas dizem gostar deste modelo de texto
Vencedora na categoria comunidade, a professora Rosane Manhães de Oliveira construiu uma poesia com os alunos, para apresentar a eles como se produz este tipo de arte e, com isso, realizou a inscrição do seu trabalho. “Eles (alunos) ficam um pouco inseguros para expressar as ideias, mas eu auxilio e digo que é preciso um olhar poético para as coisas e ver beleza em tudo”, diz.
Aluna de Rosane, Tainara Cândido Moraes, 15 anos, escreveu a obra intitulada “Grandiosamente mulher”, retratando a importância da mulher na sociedade. “A mulher precisa ser visa com igualdade e a violência contra elas não pode acontecer. Minha inspiração para este tema veio da família”, revela a jovem, que estuda o 8º ano na escola Jorge Guilherme Moojen.
Já a turma de estudantes da escola Etelvino Araújo Cruz dizem que este tipo de produção textual não é tão difícil quanto parece ser, bastando apenas inspiração. Para alguns a facilidade está nas rimas e na quantidade reduzida de linhas. Os temas escritos são variados, vão desde a troca de coisas ruins por boas até a tradição gaúcha e questões voltadas aos sentimentos e à natureza.
Biblioteca comemora 69 anos
Juntamente com a premiação do projeto Poesia em Movimento aconteceram as comemorações do aniversário da Biblioteca Municipal. No dia 25 de novembro de 1949, por meio da lei 209, o município de Montenegro criou sua biblioteca.
Em 1999, a lei 3.443 instituiu o nome de Biblioteca Hélio Alves de Oliveira. Durante todo este período, livros foram emprestados e oportunizou conhecimento a muitas pessoas que necessitam de obras específicas para pesquisas ou até mesmo para leitura habitual.
Além disso, a instituição possui diversos projetos que oportunizam cultura à comunidade, como Hora do Conto, Casa da Literatura na Praça, Feira do Livro e outros. Com isso, a Biblioteca Hélio Alves de Oliveira visa tornar montenegrinos e demais cidadãos mais perto do mundo escrito, da leitura e educação.
Durante a comemoração que aconteceu na sexta-feira, 23, a presença da sede da Biblioteca no Parque Centenário foi criticada, inclusive pelo prefeito Kadu Müller. No entanto, o chefe do Poder Executivo garantiu que os 70 anos da instituição serão confraternizados no seu antigo espaço, junto à Fundarte. O início das obras foi anunciado há poucos dias e a promessa é que sejam concluídas já no próximo ano.