Pandemia: Adoção exige responsabilidade

A adoção de animais cresceu consideravelmente durante o período de pandemia. O distanciamento social e o fato de estarmos mais em casa fez com que muitas pessoas buscassem, nos abrigos, um amiguinho de quatro patas. Em Montenegro, o número de pets adotados quase triplicou no mês de junho, em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Amoga.

Os animais de estimação são capazes de auxiliar na redução de estresse, depressão, hipertensão e ansiedade. Já é comprovado que o contato com os bichinhos ajuda também na produção de endorfina e serotonina, que atua no cérebro regulando o humor, sono e até apetite. Por isso, em meio à pandemia, a adoção pode ser uma boa escapatória para os inúmeros problemas pelos quais passamos todos os dias. Tirar algum animal da rua e trazer para o aconchego de casa com todo o conforto é, sem dúvidas, um ato de amor e muita empatia, mas alguns pontos precisam ser levados em consideração antes de adotar qualquer animal.

Adoção durante a pandemia aumenta, mas lembre-se: cuidados são para a vida inteira. Foto: Isadora Neumann / Agência RBS


Isolamento não pode ser o único motivo da adoção

Para a presidente da Amoga, Luiza Kimura, “o ato de pegar um bichinho da rua, que está abandonado, recuperar, dar carinho e amor para o resto da vida não tem nem palavras para descrever”. Mas, ainda assim, ela relembra que apesar de nos trazer muitos benefícios, animais de estimação necessitam de muita atenção e a adoção precisa ser feita de maneira responsável.

Em época de isolamento, é muito comum a vontade de ter uma companhia de quatro patas, mas vale lembrar que depois de adotar, os animais são para a vida toda. É preciso estar atento para que a solidão do período de isolamento não seja o único motivo para a adoção. Agora que estamos mais em casa, temos todo o tempo necessário para dedicar aos pets, mas lembre-se: após a pandemia, as obrigações diárias no trabalho voltarão, também exigindo um pouco de nossos dias.

É importante que os cuidados sigam da mesma maneira quando a rotina normalizar, pois os animais continuarão demandando cuidados especiais. “Tem que ser uma adoção bem consciente, nada por impulso”, pontua Luiza. Parece até inútil relembrar, mas não podemos nos desfazer dos animais quando estivermos com menos tempo. Infelizmente, ainda existem casos numerosos dessas ocorrências por todo o país.

Por fim, a veterinária Vanessa Daut Schonell destaca outro ponto importante a ser avaliado antes de realizar uma adoção. Os custos necessários. Além dos supérfluos, existem algumas coisas que, tendo algum pet em casa, você precisará providenciar. Alimentação, vacinas, banho, tosa, vermífugo e anti-pulgas são alguns dos exemplos destacados por ela.

Então, se está pensando em adotar, seja gato ou cachorro, pesquise, analise e faça a melhor escolha para o seu tempo disponível e que caiba também em seu bolso. Depois disso, é só aproveitar ao lado do seu novo companheiro, sem moderações.

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