As pessoas estão cada vez mais conectadas, só que via online. Os smartphones tornaram-se parte da rotina por centralizar contatos, e-mails, agenda, acesso à Internet, comunicador instantâneo e até serviço de transporte. Junto dessa comodidade entretanto, surgiu também uma preocupação recorrente do usuário em estar sempre com acesso a internet e manter o dispositivo com bateria suficiente para seu funcionamento.
Por esse motivo, virou costume procurar por redes Wi-Fi ou tomadas ao chegar a algum estabelecimento comercial ou até em locais públicos. Entretanto, o acadêmico de Analise e Desenvolvimento de Sistemas Antônio Golçalves de Oliveira Júnior, de 33 anos, dificilmente existe a reflexão sobre os possíveis perigos existentes nesses locais. “Para se autenticar em uma rede sem fio, existem alguns tipos de segurança que impedem a conexão de intrusos. Ao utilizar protocolos de segurança WEP, WPA e WPA2, os pontos de acesso garantem que apenas aparelhos que efetuarem a autenticação poderão fazer parte da rede”, comenta.
Porém, no caso das públicas não é necessário fazer qualquer tipo de autenticação e mesmo nas exceções, que solicitam a digitação de uma senha, qualquer usuário que possua o código correto poderá fazer parte da rede. “É exatamente nesse ponto que reside o principal risco”, alerta. Em casos de mais de um dispositivo fazer parte de uma mesma rede, o roteador interpreta que, por estarem conectados, todos os aparelhos podem compartilhar informações entre si.
Antônio diz que pessoas mal-intencionadas, com um pouco de conhecimento, podem adquirir facilmente um endereço de IP (número que identifica um dispositivo em uma rede) de dispositivos que estejam interligados na mesma rede e, se a máquina estiver vulnerável, é possível interceptar informações de contatos, e-mails e registro de ligações e furtar arquivos de imagem, vídeo, áudio e documentos.
Já em relação às tomadas, ele conta que os dispositivos atuais utilizam cabos USB para recarregar suas baterias. O problema é que o mesmo fio que conduz energia elétrica também trafega dados e, por isso, é possível corromper smartphones, tablets e notebooks. “Por um processo de comunicação bidirecional chamado de handshake, o aparelho passa e recebe diversas informações, como nome do aparelho, fabricante, número de série, sistema operacional e lista de arquivos, com a possibilidade de coletar ou bloquear os dados em troca de resgate”, explica.
Para evitar problemas, é importante que o usuário se certifique de que seu dispositivo está atualizado, se possível, com o uso de um firewall (uma solução de segurança baseada em hardware ou software) e, principalmente, de funções de encriptação de arquivos, para que não sejam abertos em outros terminais caso sejam interceptados. “Também é importante conectar-se apenas a redes confiáveis e recarregar os smartphones ou tablets apenas quando desligados, ação que, se não impede totalmente, ao menos dificulta o tráfego de dados”, orienta.
Os usuários usam e abusam das redes
A estudante Débora Gonçalves, de 15, costuma usar todas as redes disponíveis, sem receio de que alguém acesse seus dados. “Acho que todos os lugares são convenientes para usar o Wi-Fi”, declara. Quanto ao carregador, ela conta que só faz uso em sua casa e na de seus amigos, e por vezes na escola.
O industriário Allan Santana Jordão, de 21, procura se conectar somente às redes que considera segura. Ele acredita ainda que nem todos os lugares são propícios para o uso do Wi-Fi. “Acho que dá pra usar tranquilo em restaurante, lojas, estádios de futebol, shows. E aonde não deveria ter rede é em praças, mercados, porque as pessoas ficam muito no celular e acabam não aproveitando o lugar ou até, em mercados, esquecendo de algumas compras”, comenta.