Colecionadores: movidos pela paixão e aliados do tempo

Dedicação, tempo e paixão. Essas são três características comuns a pessoas que decidem colecionar algum item. Podem ser utensílios em ferro, cartões telefônicos ou bonecas. Não importa. Para o colecionador, o objeto estimado tem toda uma simbologia e grande valia.

Atualmente com 31 anos, desde os 13, Cairo Ernesto Fobricht Brito coleciona cartões telefônicos. A paixão despertou de repente e o acompanhou em sua adolescência, mantendo-se também na vida adulta.

Entre os objetos antigos colecionados por João, réguas e tesouras de ferro, além de um ferro de passar roupas à brasa

Organizado com seus mais de 6.000 cartões de orelhão (como são comumente conhecidos os telefones públicos), Cairo dispõe tudo por operadora e temática em pastas plásticas. “Minha falecida avó me deu o primeiro cartão, com tema do Papa. Havia uma professora cujo marido viajava muito e trazia alguns cartões para mim também. Aí a coleção foi crescendo”, relata.

Utilizando, hoje, a tecnologia como aliada, Cairo relata que a troca e a compra entre colecionadores é mais viável. “No Facebook, há muitos grupos de pessoas que colecionam diversas coisas. Eu coleciono por esporte. O mesmo valor que arrecado vendendo os meus repetidos compro para completar minhas séries”, explica.

A filha de seis anos, Antônia, influenciada pelo pai, iniciou uma coleção de copos de pipoca de cinema. “Ela me perguntou: mas, pai, o que eu vou colecionar? Disse que poderia ser qualquer coisa que quisesse, então optou pelos copinhos”, salienta.
E coleção também é cultura? Sem dúvida, segundo Cairo. Os cartões telefônicos foram produzidos sobre diferentes temáticas, muitas delas explicativas, que vão de arte, geografia, cinema, até história riograndense e campanha de doação de órgãos. A sequencia mais antiga de seu acervo, conforme mostra Cairo, é uma de 1997, sobre Ayrton Senna.

Com a internet, troca, venda e compras dos itens ficou mais fácil, relata Cairo

“Lembro que quando iniciei, eu e meu primo, que também colecionou por um tempo, passávamos pelos orelhões para ver se tinha algum cartão utilizado em cima. Depois de adulto fica mais fácil colecionar, principalmente através da internet. Apesar disso, é impossível completar todas as séries disponíveis. Sei que nunca vou chegar ao fim, sempre há algum para procurar”, conclui.

Cairo Ernesto Fobricht mostra, paciente, sua coleção de mais de 6 mil cartões telefônicos. Ele coleciona desde os 13 anos

Artefatos em ferro são orgulho de Turibinha
João Carlos de Araújo Nunes, 64 anos, o Turibinha, nutre amor por artefatos em ferro. Com itens que vão de moedor de milho, marcador de boi, espiriteira, até uma manivela que servia para ligar os carros Ford 1929, ele conta que iniciou a coleção há aproximadamente 20 anos.

“O motivo específico é para mostrar para as pessoas coisas antigas. É um resgate da cultura, de objetos que fizeram parte da história. E agora, também, para apresentá-los aos meus cinco netos pequenos”, explica.

Expondo os artefatos na área externa da entrada de sua casa, João relata que boa parte do acervo conseguiu quando fazia serviço de freteiro. “Muitos foram descartados pelas pessoas. E algumas visitas que vêm aqui em casa perguntam, sim, sobre eles (objetos da coleção). Hoje em dia é tudo máquina, tecnológico, que até surpreende mesmo”, diz.

Orgulhoso da coleção, Turibinha aponta cada peça, sabendo qual era sua utilidade e funcionalidade em épocas passadas. “No total, são 28 utensílios. Por serem de ferro, eles têm uma conservação mais prolongada. E o que eu encontrar, que não tiver mais utilidade para outra pessoa, vou colecionando”, afirma.

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