Neste domingo, a partir das 9h, acontece a 3ª edição do evento Tattoo do Bem no Estúdio Marcos Luz Tattoo (Rua João Pessoa, 1299). As tatuagens serão feitas por R$ 40,00 e cortes de cabelo por R$ 10,00. Haverá ainda shows de bandas durante o dia e venda de lanches e bebidas. O grande diferencial do evento é a oferta de preços promocionais nos serviços e a destinação de tudo que for arrecadado à compra de brinquedos e materiais escolares, que serão doados a crianças do Abrigo Menino Jesus de Praga. Em caso de chuva, a atividade será transferido para o dia 17 de dezembro.
De acordo com o tatuador Marcos Antônio da Luz, de 44 anos, um dos organizadores da atividade, o total de fichas para adquirir o serviço é 85, que serão entregues por ordem de chegada. “Vale lembrar que a promoção é exclusiva para esta ocasião e que só poderemos tatuar desenhos de simples execução, como letras, símbolos, linhas, excluindo palavras com realismo e outros estilos”, explica. Também não serão feitas tatuagens nos dedos, na costela e no pescoço.
O tamanho máximo do desenho será de 4cmx4cm e o cliente não poderá escolher o tatuador que fará o serviço. A execução caberá àquele que estiver disponível no momento. “O participante pode fazer apenas uma tatuagem por senha. Caso queira fazer mais uma, deverá voltar ao final da fila e esperar novamente a sua vez”, explica Marcos. Os pagamentos deverão ser feitos apenas em dinheiro. Não serão aceito cartões, cheques ou outras formas de pagamento.
Marcos anuncia também que as tatuagens serão feitas apenas com a cor preta e não se aplicam em coberturas ou reformas de artes anteriores. “A promoção é válida para maiores de 18 anos. Menores com 16 anos ou mais deverão agendar previamente, com a devida autorização dos responsáveis”, explica. Ao todo são seis profissionais: a esposa de Marcos, Fabiana Barros, que fará os desenhos, e os tatuadores Marcos Antônio da Luz, Marcio Martini, Guilherme (da Primitiva Arte), Luiz Henrique Lima e João Pedro Lunardon. As bandas se apresentam a partir das 14h, na seguinte ordem: Guerreiros da Perifa, 2 Lagranhas e 1 Borba, Livre Arbítrio, Livramente, Jábulas e Rodrigo Magrão.
A vida dedicada às tatuagens
Fabiana Barros, de 39, é esposa de Marcos e conta que a promoção surgiu durante um encontro de profissionais da área. Por unanimidade, concluíram que seria legal realizar um evento beneficente. Ela observa também que as pessoas tatuadas ainda sofrem com preconceito e que essa é uma maneira de mostrar que esse grupo também é do bem. “Com essa atividade, dá para mostrar uma coisa bem diferente do que pensam, ajudando as crianças. E está dando uma parceria super certa, é uma forma de desmitificar esse pensamento negativo”, comenta.
A desenhista, que se dedica a essa arte há dois anos, afirma que fazer uma tatuagem é algo marcante. Nem sempre o tatuador lembrará do cliente, mas o cliente certamente não esquecerá quem desenhou no seu corpo. “É uma coisa muito forte. Tem gente que faz porque quer externar uma declaração de amor, para homenagear um ente querido que já foi. É muito amplo e forte e a gente está ali para ser responsável por isso”, comenta.
Fabiana sempre gostou de artes e é formada em Moda e em um curso de pintura a óleo. O hábito de desenhar vem de sua infância, mas não pretendia tatuar antes de se casar. “Mas agora sou simplesmente apaixonada. É uma filosofia de vida. Não sei mais viver sem isso. Não existe Fabiana sem tatuagem ou tatuagem sem Fabiana, mas fui totalmente influenciada por ele”, declara.
Marcos também começou cedo na arte de desenhar: aos 16 anos. Ele praticou esportes radicais durante nove anos e o convívio com os grafites nas ruas sempre lhe chamava atenção. “Sempre tive amigos tatuadores também, que já trabalham há muito tempo, então rolava uma curiosidade de conhecer a arte que é desenhada no corpo”, lembra.
No início, Marcos fez uma tatuagem na perna e não se motivou muito. Porém, anos depois, um amigo seu, que tinha todos os equipamentos, deixou os materiais guardados na casa de Marcos, com a intenção de tatuá-lo mais tarde. “No momento em que ele foi embora, chegou outro amigo meu, que pediu para fazer uma tatuagem nele e foi assim que fois assim que tudo começou”, explica. Depois dessa experiência, já se passaram seis anos que Marcos passou a dedicar a sua vida à arte que deixa uma marca permanente na vida de quem a faz.
