Uma mulher há três décadas transportando alunos

Já são 32 anos transportando alunos pelas estradas da região. É assim que Délia Lúcia Koppe ganha o seu sustento. Na maior parte deste tempo, mais precisamente 22 anos, a motorista brochiense pega a estrada com um micro-ônibus e vai à Unisinos, em São Leopoldo.

A condutora mantém uma relação de família com os
passageiros e se orgulha em ser a “mãezona” dos estudantes. Foto: Arquivo Pessoal

“De segunda a quinta-feira eu levo os alunos, de manhã e à noite”, conta Délia. O amor pela profissão a faz seguir dirigindo ao longo desses anos, exercendo a tarefa com maestria e muito gosto. Segundo a condutora, quem não gosta de dirigir todos os dias não sai para fazer o que ela faz. “A gente precisa ter muita paciência, pois o trânsito está perigoso. Antigamente, era mais tranquilo e os motoristas mais calmos e educados, porque hoje querem ultrapassar em qualquer lugar e não importa a situação”, afirma.

A profissão vem de família. Délia tem muitos familiares que são motoristas de profissão, a começar pelo pai. O irmão e agora os sobrinhos também conduzem veículos de transporte universitário e de turismo. Para ser uma ótima motorista, nas palavras da brochiense, é interessante levar a sério o trabalho, ter cautela e prestar muita atenção.

Conforme a condutora, é bem comum ter colegas mulheres pilotando as vans e micro-ônibus universitários. “Somos mais cuidadosas com a velocidade e atentas quanto à prevenção de acidentes”, avalia. Para Délia, os homens nem sempre são gentis ou reconhecem as habilidades do público feminino na direção de um veículo.

Uma relação familiar com os alunos
Délia Lúcia parece conviver em uma grande família e trata todos os passageiros, de diferentes idades, de maneira igual. Entre risos, ela diz ser a mãezona da turma e “puxa as orelhas” quando necessário. “Os alunos elogiam e dizem que sou boa no volante”, comenta. Muitos passageiros já formados ainda cultivam a amizade feita dentro do micro-ônibus. “A maior parte dos alunos que viajou comigo ainda mantém contato. Tem gente que marca a nossa vida e deixa muita saudade”, aponta.

A preocupação com os alunos é outra característica da motorista Délia. Ela lembra de uma viagem em que um pneu estourou e era um dia de prova na universidade. “Fiquei muito preocupada com o horário, pois era perto do início da aula”, afirma. Ninguém pode sair do veículo, embora fosse perto da Unisinos. A razão era muito simples: Délia quis que todos ficassem seguros. “Quero a proteção dos meus passageiros, sempre”, destaca. Para garantir que todos chegassem a tempo, foi preciso chamar o irmão da brochiense, pois ele já estava no estacionamento da universidade e conseguiu resgatar os passageiros em tempo.

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