Jornal Ibiá: O Hospital Unimed Vale do Caí está completando 19 anos. O que há para ser destacado das realizações dos últimos 12 meses?
Everton Bochi: De 2018 para 2019 tivemos um ano muito intenso para o hospital e a cooperativa. O hospital mudou de patamar de qualidade. Conseguimos cerificações importantes, que poucos hospitais do País têm. Fomos acreditados pela ONA – OrganizaçãoNacional de Acreditação, algo que apenas 5% dos hospitais do Brasil são. Das mais de 6 mil casas de saúde, só 300 tem a acreditação. É um grupo bastante seleto. Também tivemos a certificação bariátrica, oferecida pela Surgical Review Corporation (SRC), entidade sediada na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Eles vieram ao hospital conhecer o serviço e o certificaram pelo padrão de excelência. Foi o primeiro dos hospitais da Unimed do Brasil que recebeu certificação da cirurgia bariátrica metabólica. São mais de 110 hospitais da Unimed pelo País e fomos o primeiro com essa certificação. A Unimed Brasil também tem selos que avaliam as instituições. No selo de Governança e Sustentabilidade nós já temos o Prata e, na próxima revisão, que ocorre a cada dois anos, a nossa previsão é conquistar pelo menos o Ouro, talvez o Diamante.
Ibiá: E quanto aos investimentos, como foi 2019?
Everton: Também muito importante. Investimos mais de 2,5 milhões no hospital. Isso entre diversas melhorias. Trocamos o Tomógrafo, mesa cirúrgica de última geração, novo arco em “C” que é um equipamento utilizado dentro do bloco cirúrgico em operações de diversas especialidades. Houve uma renovação bastante grande em equipamentos no hospital.
Ibiá: Qual o papel dos colaboradores do Hospital Unimed Vale do Caí em todas essas conquistas?
Everton: Tudo isso é trabalho deles. A estrutura física está lá com suas paredes e equipamentos, mas isso só se reflete em qualidade quando as pessoas estão engajadas a fazer um trabalho maior. Às vezes parece que você fez tudo isso apenas pelo investimento financeiro. É também. Mas está longe de ser só isso. Só se conquistou isso porque as pessoas acreditaram, se dedicaram e entregaram o resultado necessário. O engajamento deles foi muito grande. Ao todo nós temos 605 colaboradores. Destes, 500 estão no Hospital Unimed Vale do Caí.
Ibiá: Isto se deve também ao treinamento de quem está lá na ponta, certo?
Everton: Sim, temos investido em treinamento. A cada ano cresce a quantidade de horas que cada colaborador passa em treinamento. E isso tem reflexos claros. Recentemente recebemos o relatório da pesquisa 2018 de satisfação dos usuários. Alguns números mostram claramente esse impacto, como o de humanização. Pesquisamos as 50 maiores empresas clientes e subiu de 82% para 85% a satisfação geral de 2017 para 2018. Com o atendimento humanizado é 87% a satisfação. É um aumento muito grande na satisfação do usuário, tanto na operadora em geral como no hospital. Isso é muito gratificante. E, entre os dados apenas do hospital, é ainda maior. E é a satisfação do paciente que importa. A pessoa tem que chegar no hospital e perceber que está melhor. E agradar na área da saúde não é fácil, quando você está sentindo uma dor, um minuto é muito tempo. Então os resultados não são só números, têm que ser percebido pelas pessoas. Isso demora. É médio a longo prazo. Mas começou a aparecer. É percebido não só por nós, mas pelo usuário, quem precisa do hospital.
Ibiá: Quais as expectativas para 2019?
Everton: Seguimos na melhoria contínua das ações pois pretendemos em 2020 subir mais um degrau no nível de acreditação. O nível mais percebido pelo paciente é o que nós já alcançamos, que é o de segurança do paciente. Depois de tê-lo consolidado, buscaremos o próximo, que é o de monitoramento dos resultados e, o outro, de retorno financeiro pela qualidade.
Ibiá: Qual a importância do Hospital Unimed Vale do Caí para os médicos cooperados?
Everton: Hoje a Unimed Vale do Caí tem 174 médicos cooperados. Existem outros que trabalham em empresas que prestam serviço. Quando o médico tem uma retaguarda organizada e tão boa quanto é o nosso hospital, ele consegue exercer sua atividade com mais tranquilidade. Se sente muito mais seguro para fazer os seus procedimentos. E, se por ventura, precisar de algum auxílio, tem toda uma equipe para oferecer apoio. E as nossas pesquisas mostram que caiu o número de pessoas que tiveram de ir para outra cidade para fazer um exame ou procedimento específico. Porque podem encontrar aqui, sem ter o transtorno de se deslocar para outra cidade. Isso é confiar no hospital. Se tu confias, não procura outro.
Ibiá: Você está completando um ano à frente da cooperativa. E esta é uma diretoria que mescla integrantes mais antigos, que participaram da construção do hospital, com outros bem mais jovens. Qual a importância disto?
Everton: Eu acredito que este é um ponto importante e que vem dando muito certo. A nossa diretoria é mesclada. A metade dos diretores está presente desde o começo do hospital e a outra metade são profissionais mais jovens. Não participaram da construção. Quando passaram a ser médicos cooperados, o hospital já estava pronto. Isso nos permite misturar a experiência de quem já viveu muita coisa aqui na cidade com a gana dos mais jovens, que desejam que tudo se renove e cresça.
Ibiá: Das áreas do hospital, o qual você destacaria?
Everton: Uma delas, sem dúvida, é a UTI Neonatal, que vem fazendo muito pela região e por todo o Estado. A metade das crianças atendidas na UTI Neo vem de outras regiões, devido à falta de leitos no Estado. Mudou para melhor a vida de centenas de famílias que estiveram na iminência de perder os filhos. Houve em 2018 o primeiro Encontro dos Prematuros, algo muito legal. Bebês felizes, brincando, você olha para eles e nem imagina tudo o que passaram. É um setor do hospital que quase não aparece porque precisa ser isolado, com acesso apenas da família. É um trabalho silencioso, mas que muda a vida de muitas pessoas. Foi um investimento muito alto e que demandou uma reorganização anterior. Não que nós não quiséssemos a UTI Neo de volta, mas porque o custo de implantação é alto e a manutenção é caríssima. São profissionais muito especializados. Montar é uma coisa, manter todo o mês 100% é outra. Vão completar os três anos de abertura e, apesar do custo altíssimo, a avaliação é muito positiva, pelo que ela oferece.
Ibiá: A comemoração de 20 anos, em 2020, já é pensada?
Everton: Sim, será uma data marcante. Com uma comemoração maior, especial. E será lançado um livro com a história dos 20 anos do Hospital Unimed Vale do Caí. Algo que o primeiro hospital da Unimed no Rio Grande do Sul merece. Hoje são seis no Estado. E eles vêm aqui para conhecer o nosso projeto pioneiro.