Localizada no interior de Montenegro, a Escola Municipal Pedro João Müller está inserida na natureza. Por isso, não raro, a instituição é visitada por aves que posam nas janelas e “assistem” a aula com os alunos. A constatação da presença desses visitantes motivou o projeto de pesquisa Catálogo da Avifauna da Costa da Serra, trabalho que se destacou na Feira Municipal de Iniciação Científica (Femic) no município e agora está na Mostratec, em Novo Hamburgo, nesta semana.
Na conclusão, é percebido que o Sanhaçu-cinzento e a Sal-Andorinha têm baixíssima incidência na região, portanto, com grande risco de desaparecer do cenário de Costa da Serra, explica a diretora da escola Andréia Machado da Silva. A Garça-Branca grande é identificada com sinal de média incidência; enquanto o Tico-Tico é visto com grande frequência.
Na justificativa do projeto, é observado o privilégio dos alunos em estudar numa escola rural que fica situada ao lado de um morro com vegetação remanescente da Mata Atlântica. O trabalho identifica a necessidade de políticas de preservação da fauna e da flora e a criação do catálogo da avifauna da região é uma forma de tornar pública uma problemática que compromete o futuro do planeta. Neste sentido, a pesquisa visou apontar espécies que estejam necessitando de proteção.
O projeto foi desenvolvido pelos alunos Andrew Kauã Silveira Griebeler, Eduardo da Motta Kretsch, Heloísa Gabrielle de Oliveira Pereira, João Ederson Cruz e Kauane Flach Cavalheiro, com orientação dos professores Rodrigo Dias e Andrea Machado. Eles buscaram a resposta para a pergunta que norteou o trabalho: “Existem aves na Costa da Serra que correm risco de desaparecerem da região?”
Para isso, num primeiro momento ouviram cinco pessoas da comunidade que relacionaram as aves que costumam avistar na Costa da Serra e entorno. A partir dessa pesquisa, relacionaram 31 aves que foram caracterizadas no catálogo. Com as imagens dos pássaros pesquisadas na internet, realizaram novas entrevistas, desta vez com 50 moradores, visando saber a frequência com que são vistas na região.
Com os resultados, foram elaborados gráficos com alertas de cores para identificar aquelas espécies com risco de extinção na localidade e região: verde para alta incidência, azul para média, laranja para baixa incidência e vermelho para baixíssima incidência. Foram três meses de trabalho e o projeto foi um dos destaques da Femic e, por isso, é um dos projetos de escolas montenegrinas a participarem da feira que ocorre em Novo Hamburgo.