Entre conquistas e desafios, HM completa oito anos de 100% SUS

Referência na região, o Hospital Montenegro está celebrando oito anos de atuação como 100% SUS no próximo domingo, dia 20 de setembro. Neste período, o número de funcionários da instituição mais que dobrou, e hoje o HM investe em tecnologia para oferecer um atendimento qualificado e mais ágil aos pacientes do Vale do Caí. São três mil procedimentos cirúrgicos, cerca de cinco mil internações e 1.200 nascimentos realizados por ano na casa de saúde.

Desde setembro de 2012, o governo do Estado passou a garantir o custeio total da instituição, que atravessava uma grave crise na época. Após oito anos operando na condição de 100% SUS, o Hospital Montenegro tem motivos de sobra para comemorar, apesar de enfrentar dificuldades financeiras em virtude da relação conturbada com o executivo.

“Comecei a trabalhar no HM no dia 13 de dezembro de 2011. O hospital tinha duas folhas salariais não pagas, além do 13° salário, que não havia possibilidade de pagamento. Na época, a instituição tinha 240 funcionários. Fazendo um paralelo direto, atualmente o hospital tem 500 funcionários. É outra realidade”, relata Carlos Batista da Silveira, diretor executivo do Hospital Montenegro.

Em março de 2012, a casa de saúde recebeu a visita de um dos diretores da Secretaria Estadual da Saúde, que fez uma proposta para o HM aderir a uma portaria do Ministério da Saúde que transformava os hospitais em 100% SUS. Era um processo novo que o governo de Tarso Genro estava estabelecendo junto aos hospitais regionais. “A partir dessa visita, fizemos uma série de movimentos junto à comunidade, aos vereadores e toda a região, para mostrar a todos que a salvação do hospital seria transformá-lo em 100% SUS”, recorda Carlos Batista.

No final de julho, a mantenedora concordou. Em 23 de agosto, o Hospital assinou um novo contrato com o Estado, e em 20 de setembro, a instituição começou a operar na condição de 100% SUS. “Quando cheguei aqui, o HM tinha um contrato de R$ 538 mil por mês com o Estado. Com o novo contrato, esse valor passou para 1 milhão e 400 mil reais por mês. E em 27 de dezembro de 2012, assinamos mais um aditivo que passou de R$ 1,4 milhão para R$ 1,7 milhão”, salienta o diretor executivo da instituição.

“Depois, anualmente, a gente ia produzindo mais e o contrato foi tendo majorações. Ao final, estávamos com um contrato de 4,2 milhões de reais por mês, que é a composição dos valores federais e estaduais”, complementa Batista.

Carlos Batista da Silveira é o diretor executivo do HM

O Hospital Montenegro, que “respirava por aparelhos” até se tornar 100% SUS no ano de 2012, conseguiu dar a volta por cima nos anos seguintes e não mediu esforços para atender da melhor forma possível mais de 200 mil pacientes do Vale do Caí. “Esses oito anos foram de muita construção, muita luta, foram anos de crescimento para o hospital. O HM estava para quebrar, para fechar, e hoje é um hospital regional, que era um sonho antigo da instituição”, enaltece o diretor.

Neste período de oito anos, a casa de saúde passou por um processo de transformação em vários segmentos. “Acho que é um marco se tornar 100% SUS. Esse hospital ficou dez anos sem ter investimento em estrutura física e de equipamentos, simples e complexos. Se olharmos para trás e compararmos com o momento atual, não sei como o HM sobrevivia”, destaca Mirian dos Santos, gerente de Enfermagem.

Investimento em tecnologia, estrutura e qualificação
Uma das novidades apresentadas pelo Hospital Montenegro 100% SUS nos últimos anos foi o robô Laura Toth, equipamento que verifica os sinais vitais e lança para o sistema todos os sinais dos pacientes. “Essa tecnologia dá segurança na transmissão do dado e dá tempo para o profissional prestar atendimento a esses pacientes. O robô faz toda a leitura dos sinais vitais e ‘avisa’ se o paciente precisa ser atendido mais rapidamente”, explica Mirian.

Tecnologia: Robô Laura Toth é um equipamento que verifica os sinais vitais dos pacientes

Na transformação do hospital para o sistema 100% SUS, foram trocadas todas as camas hospitalares, todos os criados-mudos, macas e cadeiras de rodas. “Nesse período, fomos estruturando a instituição, comprando equipamentos, monitores, respiradores. Recentemente, a UTI completou sete anos. Para abrirmos, tivemos que adquirir o tomógrafo. Não falamos só de estrutura física, mas também de estruturação de uma equipe assistencial. Precisamos ter profissionais qualificados, junto com a tecnologia”, acrescenta a gerente de Enfermagem.

De acordo com Mirian, o grande desafio da instituição é ter toda essa estrutura, com qualidade assistencial e custo baixo. “Não queremos pacientes em maca, nos corredores, que fiquem aguardando. Já estamos tentando, com o Ministério da Saúde, ter atendimento de alta complexidade. Sempre buscamos essa qualificação, além de diminuir os nossos custos”, frisa ela, que trabalha há 20 anos no HM.

A qualidade assistencial citada por Mirian pode ser exemplificada na unidade de internação do hospital, onde há uma equipe completa de profissionais preparados para atender os pacientes internados clinicamente: hospitalistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, radiologistas e fisioterapeuta.

Além disso, o HM 100% SUS trabalha com três protocolos diferentes para que os pacientes sejam diagnosticados e atendidos rapidamente: de AVC, que o HM é referência, de sepse, que atende pacientes com infecções, e de infarto agudo do miocárdio. “Tempo é vida. Para tudo isso tem uma estrutura, temos raio-x direto, tomografia, laboratório direto, ecografia. Poucos hospitais têm médicos que fazem ecografia aos finais de semana”, exalta Mirian.

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