Avós revivem o Natal como “na sua época” e os funcionários participam com muita felicidade
O Residencial Geriátrico Doce Lar dos Avós já chega ao seu terceiro Natal. Com sede em Pareci Novo e recentemente em Montenegro, o espaço tem como maior objetivo proporcionar um envelhecimento feliz para os vovós. Os funcionários têm o sentimento de gratidão pelos momentos que vivem ao lado dos pacientes, que também esboçam um sorriso ao viver lá.
“Recebemos grupos natalinos durante essa época”, conta Fabio Mignoni, administrador do local. Corais visitam o lugar para cantar com os vovôs, escolas e outras atividades também são organizadas pelos próprios funcionários do local. “No dia de Natal, a maioria que pode vai nos filhos”, conta Fabio. Mas, para aqueles idosos que não têm essa possibilidade, o lar proporciona uma data com os rituais familiares.

Em 2018, a atividade do Dia de Natal foi os idosos retirarem papéis com nomes e entregarem entre si alguns presentes. “A gente sempre procura nas datas lembrar eles. Todo mês a gente faz uma programação para ficarem por dentro do que está acontecendo”, explica Roxelle. Entre montar o pinheirinho e receber os familiares com presentes, os avós passam o mês inteiro entretidos com as funções natalinas.
No ano passado, o grupo chegou a participar do Natal Encantado da cidade. Incentivados pela profissional que faz a musicoterapia do local, os avós ensaiaram algumas canções para cantar na Igreja, chegando a ganhar um prêmio de participação no evento.
A gratidão por cuidar
Funcionária desde 2017, a técnica em enfermagem Patrícia Garcia conta ser muito grata por passar os natais lá. “É bem gratificante. Eles são muito carinhosos e gostam das datas comemorativas”, explica. As festinhas e as comidas diferentes são o que mais agradam, segundo a técnica.
“A gente ganha e eles também”, conta. Chocolates e presentes são trazidos pelos familiares, que se sentem gratos pelos cuidados com seus pais e avós. “O que é gratificante é isso. Ver que a família gosta de como a gente trata os avós”.
Juntos, eles lembram quando um familiar resolveu presentear todos os funcionários e hóspedes com uma caneca com chocolates, em agradecimento pelo cuidado com sua mãe. “Ele ficou muito feliz com o tratamento”, conta Fabio. A situação foi muito marcante porque fazia pouco tempo que a idosa tinha ido morar no lar e o agradecimento já chegou.

Mas não são somente os avós que gostam das festinhas. Para a cozinheira do lar, Genilda Izabel Dahmer, os bailes são muito divertidos. “Melhor que em casa, porque às vezes eu passo sozinha”, relata. Genilda conta que os filhos saem para outros lugares e o lar é o local em que ela prefere passar a data. “Foi divertido, ainda mais que tem baile”, relembra sobre os Natais.
Hora de soltar a imaginação
Quem auxilia em exaltar a criatividade dos vovôs é Savana Fuhl Flores, estudante de teatro da UERGS. Ela já participou de todos os natais no lar, e o sentimento é sempre o mesmo: “Enche o coração da gente”. Na mesa do refeitório, os avós que querem participar se reúnem em torno das “artes” de Savana, que prepara uma atividade para soltar a imaginação deles. “Trás um resgate de família, mais carinho e afeto com esse compartilhamento entre eles”, explica ela.
Durante a montagem do pinheirinho, o que mais se escuta de Savana é a frase “Vocês que decidem, estou aqui para ajudar vocês”, dando a independência artística para eles montarem seu pinheiro, como faziam em sua casa e, é claro, posicionar o presépio. “Se eles não podem ir até a temática, nós trazemos a temática até eles”, conta. A estudante também comenta da importância de resgatar essas memórias, que eram vividas nas moradias deles, e agora são feitas ali, na “grande família” que é o lar.