A paixão de Romeu Closs pelo transporte escolar

No dia 25 de julho, é celebrado o Dia do Motorista, uma data dedicada a todos aqueles que fazem do volante uma extensão de si mesmos. Entre esses profissionais está Romeu Closs, um experiente motorista de 69 anos, morador de Brochier, que encontrou sua verdadeira vocação no transporte escolar.

A trajetória de Romeu ao volante começou cedo, ainda na infância. “Eu comecei a aprender a dirigir com 12 anos, em um automóvel do meu avô, um Ford Modelo 1929. Tenho uma foto dele que fiz quando dirigi em Montenegro pela primeira vez, em frente à Farmácia Progresso”, relembra com orgulho. Aos 22 anos, Romeu tirou sua primeira carteira de motorista, inicialmente para carro, seguindo depois o processo da época que envolvia graduações para diferentes tipos de veículos.

Paixão pela direção vem desde a juventude

Inicialmente, Romeu trabalhava na agricultura e fazia fretes para várias empresas da região. “Eu era tipo um estepe, quando faltava alguém, me chamavam para fazer os transportes. Ajudava todo mundo,” diz ele. Sua versatilidade e disposição o tornaram um motorista muito conhecido na cidade, tendo trabalhado com transporte de lenhas, fumo e outras demandas. Foi no período em que trabalhou com o transporte de fumo em Venâncio Aires que surgiu a oportunidade de fazer o curso de transporte escolar, que mais tarde possibilitaria trabalhar na área. “Na época eles davam os cursos de coletivo escolar e carga perigosa de graça, daí primeiro eu fiz carga perigosa, por causa do veneno do fumo que transportava. Depois, quando renovei, incluí coletivo escolar”, conta.

Seguindo a tradição da família, dois dos três filhos de Romeu herdaram a mesma paixão do pai e hoje são motoristas com caminhões próprios. No início dos anos 2000, Romeu e o filho mais novo, Marcelo, começaram uma linha de transporte de leite e trabalharam juntos por quase uma década. “Trabalhamos juntos até 2010, foi um período bem bonito da minha trajetória profissional que pude dividir com ele. O Marcelo e o Alexandre gostavam de dirigir desde criança por conta da minha profissão”, comenta Romeu.

A transição para o transporte escolar
Foi em 2010 que surgiu a oportunidade que mudaria a vida de Romeu. “Na linha de leite, surgiu a proposta de ser motorista de coletivo escolar e para excursões,” explica. O convite veio durante um abastecimento em Linha Pinheiro Machado, quando seu futuro patrão notou que Romeu possuía os cursos necessários. Inicialmente, seria um trabalho temporário para quebrar um galho, mas logo se tornou permanente. “Fiquei três semanas trabalhando no transporte escolar e então o patrão perguntou se eu gostaria de ficar em definitivo. Meus filhos me incentivaram, porque eu gostei do serviço,” lembra.

Romeu, aos 12 anos, no Ford Modelo 1929 de seu avô

Há 14 anos, Romeu se dedica ao transporte de alunos das escolas das redes municipal e estadual em Brochier. “Foi o maior período que fiquei trabalhando em uma única empresa,” destaca. O motorista agora transporta 103 alunos por dia, em quatro linhas diferentes. “De todos os lugares que trabalhei, o transporte escolar foi o que mais gostei. Lidar com as crianças é uma paixão. Se tu não vê elas dois, três dias, já está com saudade,” diz com carinho.

A paciência é o segredo
Romeu acredita que a atenção e a paciência são fundamentais para um bom motorista. “Para ser motorista, o principal requisito é ser atencioso, nunca ter pressa. Eu nunca me envolvi em acidente e quero que continue assim. Desejo a todos os motoristas que nunca se envolvam em acidentes,” aconselha. Ele destaca a importância de planejar a viagem com antecedência, para evitar correrias desnecessárias. “A pressa é inimiga da perfeição, então a dica é sempre sair uma hora antes, para não precisar ir correndo no caminho” afirma.

Cerca de 100 alunos passam todos os dias pelo ônibus do motorista

Além das crianças, Romeu valoriza o companheirismo que encontrou no ambiente escolar. “O companheirismo com as professoras, diretoras e os outros colegas motoristas não tem igual. É muito bom,” comenta. Ele não pensa em parar tão cedo, e diz que enquanto tiver saúde e disposição vai seguir no volante transportando as crianças e adolescentes. “ser motorista é uma missão de cuidado e atenção”, conclui.

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