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Tenha cuidado ao emprestar seu nome para terceiros

Finanças. Boa parte das dívidas em atraso são de pessoas que compraram em nome de outras e acabaram prejudicadas

“Pedalar” o pagamento do crediário, um financiamento, uma nota promissória, a escola do filho, a conta de luz ou de água, a TV por assinatura ou telefone. Ter um cheque devolvido por falta de fundos. Ser protestado em cartório, sofrer execução judicial e até mesmo adiar a quitação de impostos como IPTU, IPVA e multas de trânsito são descuidos nossos que, como consequência, levam à inclusão do nome nos bancos de dados de restrição ao crédito, como o SCPC, administrado pela Boa Vista e, em Montenegro, operacionalizado pela ACI Montenegro e Pareci Novo mediante convênio com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre.

Ser negativado pode impedir o consumidor de obter novos créditos ou financiamentos no mercado. Por isso, ter o CPF sem restrições, com o nome limpo, é o primeiro passo para ter conta corrente, manter cartão de crédito, financiar a casa própria, parcelar a compra do carro, por exemplo. Mas muita gente não se dá conta de que a inclusão do CPF nos cadastros restritivos pode ocorrer já no dia seguinte ao vencimento da dívida. “É concedido ao inadimplente um prazo para que ele regularize sua pendência, informado na carta de aviso de débito encaminhada ao devedor”, explica Flávio Calife, economista da Boa Vista SCPC.

Para não entrar na lista negra dos maus pagadores, há cuidados bem básicos, como não emprestar o nome, o cartão de crédito ou cheques para que terceiros façam compras ou financiamentos. O risco de inadimplência é grande e as consequências do não pagamento vão para quem emprestou, e não para quem pegou o dinheiro emprestado ou fez o financiamento ou adquiriu o bem. É você que fica responsável pela dívida, porque seu nome é o que foi utilizado. “Esta é a quarta maior causa de inadimplência no Brasil, conforme pesquisa da Boa Vista SCPC. As três primeiras são o desemprego, a diminuição da renda e o descontrole financeiro”, aponta Calife.

Para o economista Rogério Cauduro, o nome sujo decorre de uma cultura que, no Brasil, começa errado e cedo. “Nosso ensino, tanto público como privado, não possui qualquer tipo de assunto relacionado a controles financeiros e como deve ser gerido um orçamento doméstico. Isto é um absurdo. Gerir nossas finanças é uma necessidade para vida toda”, observa.

A saída, diz ele, é estudar o assunto e, a partir disto, mudar os hábitos. “As pessoas devem buscar maior conhecimento neste sentido para que conseguiam êxito em sua vida. Para quem não gosta ou desconhece, sugiro começar aos poucos. Crie o hábito de gerar controles, busque saber mais como organizar suas finanças. Com o tempo, a pessoa entenderá a importância de mandar no seu dinheiro e sua vida será mais tranquila”, comenta.

Inadimplência em queda ao longo do ano
De cada cem montenegrinos, 18 estavam com o nome sujo na praça em outubro — mês mais recente na base de dados do SCPC Boa Vista Serviços da ACI Montenegro/Pareci Novo. O percentual é mais alto do que nos meses de setembro e agosto, quando ficou na casa dos 15%. Porém bem menor do que em janeiro deste ano, quando era de 40,5%.

Em números absolutos, o percentual do início do ano indicava que 25 mil montenegrinos estavam com algum tipo de dívida em atraso ou restrição de crédito (veja no detalhe).

Segundo Leonardo Alex da Silva, assistente administrativo da ACI, o percentual de devedores medido pela CDL Porto Alegre considera apenas a porcentagem de pessoas que se tornaram inadimplentes após três meses, dado que foram consultadas (em determinado local ou por loja de um segmento específico) há três meses e não apresentavam nenhum registro no SCPC no momento.

O Jornal Ibiá procurou a supervisora comercial da CDL Porto Alegre, Jose Carina de Mello Cunha, para comentar os dados da inadimplência em Montenegro, mas ela não deu retorno.

A inadimplência em Montenegro
Mês %
Out/17 18,0%
Set/17 15,7%
Ago/17 15,5%

Mês %
Out/16 17,1%
Set/16 17,2%
Ago/16 16,3%

Cuide do seu CPF e evite dores de cabeça no futuro
O acompanhamento periódico de apontamentos no CPF é um cuidado que deve estar presente no dia a dia de todo consumidor, alerta a Boa Vista SCPC. Ele evita surpresas desagradáveis de negativa de crédito na hora em que se está fechando uma compra e, além disso, ajuda a prevenir fraudes. Mas como fazer isto?

A Boa Vista, por exemplo, possibilita que o titular do CPF consulte o nome, de forma online e gratuitamente. Basta entrar no site www.consumidorpositivo.com.br e fazer o seu cadastro. Uma vez cadastrado, você pode consultar quando e quantas vezes quiser o seu nome, sem sair de casa.

No portal Consumidor Positivo também é possível comunicar para a Boa Vista SCPC se ocorrer perda, roubo ou furto de documentos e cheques no serviço “Informar documentos roubados” — também conhecido como “SOS Cheques e Documentos”. A informação fica no banco de dados do SCPC por cinco anos e quando uma empresa consulta seu CPF recebe a informação de que você inseriu um alerta no “Informar documentos roubados”. É um serviço de utilidade pública e gratuito. O próprio consumidor pode fazer o pedido de exclusão a qualquer momento. Se não o fizer, a anotação no “SOS Cheques e Documentos” é retirada do cadastro após cinco anos.

Aproveite esta época para limpar o nome
Fim de ano é época de maior circulação de dinheiro na praça, portanto é uma boa hora para você tirar o nome do vermelho. Por um lado, os juros baixaram e isto permite uma renegociação com melhores termos, tanto para o credor quanto para o devedor. É um período do ano com maior fluxo financeiro em função do 13º, premiações, abonos. Portanto, o dinheiro circula mais — tanto para o empregador quanto para o empregado.

Neste cenário, as negociações ficam mais flexíveis. Credores buscam baixar suas inadimplências para gerar novas negociações, o que faz com que os parâmetros da negociação sejam mais favoráveis aos devedores. “Assim, o importante é sempre buscar conversar com o credor, entender as condições e propor algo que seja possível de cumprir. Minha sugestão é que seja proposto algo viável para o devedor. Caso contrário, não é um acerto, mas apenas um adiamento do problema”, aponta o economista Rogério Cauduro.

Cinco cuidados para seu nome não ser negativado
Veja cinco dicas para que você cuide melhor do seu dinheiro e não faça parte da enorme população de brasileiros negativados e com restrições no crédito:
1 — Não saber identificar as suas reais necessidades. O que de fato preciso para ser feliz? É comum as pessoas confundirem desejos com necessidades. Aspirações e aparências são confundidas com coisas importantes para o bem-estar. Reflita sobre isso.
2 — Crédito desproporcional e fácil: você precisa ter claro que o limite da conta ou limite no cartão no cartão de crédito não é seu dinheiro, não lhe pertence de fato. Trata-se de dinheiro emprestado e que custa caro para alugar. Sim, pegar dinheiro é o mesmo que alugar um imóvel. Custa e precisa ser pago o valor do uso. Então se faz necessário ter claro qual é, de fato, a sua capacidade de pagamento para que não seja preciso usar limites adicionais à real capacidade de pagamento.
3 — Compras por impulso: os marqueteiros de plantão estão aí para dizer do que precisamos e o que devemos ter ou usar. Então, para evitar compras por impulso, é necessário planejamento antes de ir às compras.
4 — Emprestar o nome ou dar fiança: este fator tem uma frequência bem maior do que imaginamos. Em média, uma em cada três pessoas que devem estão nesta situação porque emprestaram seu nome para um parente, amigo ou conhecido comprar. A reflexão a ser feita é se alguém está pedindo nome emprestado, é porque não tem crédito ou porque está com crédito restrito. Portanto, redobre o cuidado. Empreste o nome somente em casos extremos. Caso contrário, tenha claro que o risco de você ter que pagar a conta é muito alto! E provavelmente isto irá ocorrer.
5 — Fatores atípicos, ou seja, tudo aquilo que está fora da normalidade ou do alcance da pessoa, como uma grave doença na família, como um desemprego inesperado, atrasos no recebimento da renda, acidentes, enfim… Para isto que a reserva se faz tão importante. Por isto, a sugestão é guardar um pouco sempre que for possível.

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