Fazer o bem sem olhar a quem

Fazer o bem sem olhar a quem. Esse é um ditado popularmente conhecido, e que faz todo o sentido para quem ocupa a vida ajudando os outros. A Pastoral da criança, em Montenegro, é um exemplo na prática dessa afirmativa. Maria Janete Bernardes Francisco, coordenadora da Pastoral da Criança no bairro Estação, intitulada Estação da Vida, conta um pouco como funciona esse trabalho voluntariado,que atinge tantas famílias, como uma corrente.

“A Pastoral se organiza nas comunidades em torno de um trabalho de promoção humana e combate à mortalidade a infantil, desnutrição, violência doméstica e a marginalidade social. Tentando ajudar na educação para uma cultura de paz, além de melhoria na qualidade de vida de pessoas baixa renda”, explica.

Na Pastoral, o acompanhamento é feito com gestantes e crianças de até seis anos que moram nas áreas principalmente de periferias. De acordo com Janete, cada líder acompanha até 15 crianças e gestantes. “Esse trabalho envolve a família. Temos um olhar para toda ela. De repente conseguimos ajudar um pouco, também, dentro desse núcleo”, diz.

Com visitas domiciliares, que são realizadas pelo menos uma vez ao mês, as embaixadoras da benevolência vão tocando de mansinho, com altruísmo e dedicação, seu público. “Nesse momento, de visita, pode ser desenvolvido um trabalho mais pessoal, direcionado às necessidades de cada família. É a oportunidade que temos de conhecer melhor e partilhar conhecimentos e experiências”, enfatiza a coordenadora.

Corrente do bem

Pedras e obstáculos no caminho são normais, como em qualquer outro grupo. “Mas sempre pedimos para Deus que nos ilumine e nos dê força, para darmos continuidade a esse trabalho que iniciamos há pouco tempo. O curso de capacitação foi realizado em 2015 e em agosto do mesmo ano começamos a ir para a rua, devagar. Nós abraçamos esse
bairro, inicialmente com muita difi culdade, pois não tínhamos nem espaço
físico. Tentamos várias vezes com a prefeitura inclusive, que ia construir
um galpão, uma sede”.

Mesmo com a falta de local adequado, um espaço foi cedido na escola Ana Beatriz Lemos. “No bairro ainda tem muitas crianças esperando para ser cadastrada, mas somos poucas líderes e, infelizmente, não conseguimos atender a todos. Somos apenas três para essa função dentro do bairro e mais as duas voluntárias que prestam auxílio quando preciso.
Ficaríamos muito felizes se tivesse mais gente para ajudar no trabalho”, conclui.

Celebração da vida
Após os acompanhamentos domiciliares, é marcado um dia chamado “Celebração da Vida” para reunir a família e avaliar o desenvolvimento das crianças. Amparado sempre sobre uma temática específica. “Proporcionamos, nesta data, uma solidariedade na comunidade. Além de que as crianças são pesadas, e seu peso registrado para termos o controle. O evento é fomentado ainda com brincadeiras, lanches, troca de informações e saberes”, enfatiza Janete.

Os temas abordados nesses encontros já foram sobre planejamento familiar, higiene bucal, pesagem da bolsa família e rodas de conversa. “E nesse processo de troca estamos sempre aprendendo”, afirma. Encerrando o “Celebração da Vida”, uma conversa entre líderes e voluntárias é desenvolvida para avaliação do trabalho realizado. “Às vezes as pessoas precisam de carinho, atenção, alguém que se importe com elas. E nós também precisamos desse contato. E nos locais em que realizamos as atividades, as crianças já nos reconhecem, têm essa afeição. Isso é muito gratificante, faz toda a diferença”, emociona-se.

Fazer algo, nem que seja um pouquinho, que contribua de maneira positiva na vida e no mundo dessas pessoas, segundo Janete, é o principal compromisso da Pastoral. “Quem faz voluntariado, tem esse pensamento, de fazer a diferença na vida de alguém, a cada dia. Proporcionar algo, olhar com igualdade e não superioridade. Devemos nos colocar sempre igualmente porque somos todos iguais”, diz.

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