Adaptação para plataformas digitais foi desafio nos últimos anos
O grupo Renascença Cia de Teatro completa neste sábado, 5, 34 anos de história. Fundado em 1988, por estudantes e egressos do ensino médio, a ideia era revitalizar o movimento teatral em Montenegro e no Vale do Caí. Com trabalhos autorais, os projetos do grupo se basearam ao longo dos anos na descentralização, levando apresentações para diversos locais da cidade. Com mais de três décadas de existência, o Renascença é hoje um dos grupos com mais tempo em atividade no Estado.
Everton Santos, um dos fundadores do Renascença, lembra com carinho do primeiro espetáculo do grupo, que aconteceu em 1988, no Teatro Roberto Atayde Cardona. A estréia foi com a peça “Pialo de Sangue”, drama autoral inspirado na composição homônima do músico portoalegrense Raul Elwanger, envolvendo teatro, música e poesia. “Conseguimos levar uma boa plateia ao Centro Cultural. Um público bastante heterogêneo, isso me chamou atenção, pois de lá pra cá vejo que é uma característica de nosso público: a heterogeneidade e abrangência de novos espectadores”, destaca Everton.
O sucesso da estréia impulsionou o crescimento do grupo, que em três meses de existência já realizava a abertura do tradicional Festival Estadual de Teatro de Novo Hamburgo, com a comédia “A Família Birolha”, como espetáculo convidado. Ao longo de sua trajetória, o Renascença venceu vários prêmios e recebeu distinções por suas apresentações e projetos, com participação em eventos nacionais e internacionais.
O grupo – formado por artistas, estudantes e professores de teatro – possui hoje seu próprio espaço: o Teatro Garagem, onde são realizados ensaios, compartilhando experiências entre os atores e renovando sua linguagem. A adaptação para o meio digital, imposta pela pandemia de Covid-19, foi um dos desafios dos últimos anos. Sem poder realizar apresentações presenciais, o grupo teve como aliadas as plataformas digitais, que se tornaram as principais ferramentas de divulgação do trabalho do Renascença. Assim, a equipe passou a se dedicar também à produção de vídeoteatro.
Para Everton Santos, articular parcerias culturais para investimento aos projetos neste período de crise econômica e sanitária também tem sido um grande desafio. “Com a pandemia, muitos compreenderam e sentiram que a Arte significa, além de entretenimento, saúde social. Este contato propicia novos olhares e perspectivas sobre a própria vida. Onde a Arte é fomentada, os índices de insatisfação de toda a ordem se reduzem”, aponta.
Aposta em novos talentos
Hoje, um dos objetivos do Renascença é incentivar a formação de novos talentos. Por isso, o grupo está trabalhando para a retomada do projeto “Novos Atores Renascença”, que irá promover oficinas de formação inicial em teatro. O projeto será voltado para pessoas a partir dos 16 anos, que terão a oportunidade de fazer parte da equipe do Renascença. Os interessados já podem fazer contato através do Facebook “Renascença Cia de Teatro”. O grupo também trabalha na produção de novos espetáculos, tanto na forma presencial como na virtual, que serão divulgados ao longo de 2022.
