Tradição vinda da Alemanha seguia viva até início do século passado
A imagem que vem à cabeça de quem pensa em casamento é um noivo bem vestido com um terno alinhado e uma noiva com um belo vestido branco. No entanto, essa não era a realidade vivenciada por noivas de origem germânica do Vale do Caí e outras regiões do Rio Grande do Sul no século XIX até o início do século XX. Quem mostra isso é o pesquisador, escritor e jornalista Felipe Kuhn Braun, que lançou recentemente o livro “As noivas de preto”.
A obra é fruto de anos de pesquisa, que envolveram visitas a mais de 750 famílias no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, sul do Paraguai, Alemanha e Luxemburgo. Através delas, foi possível colher mais do que relatos. O autor reuniu aproximadamente 250 fotografias das noivas que se casavam vestidas de preto, das quais 111 estão publicadas no livro.
“Eu descrevo como foi essa questão, esse hábito das noivas casarem de preto, o porquê disso, desde a Europa até aqui, descrevendo o início da colonização”, explica Felipe. O autor escreve sobre o regime de servidão do período Medieval, descreve a vida rural, as dificuldades encontradas na Europa, a migração como alternativa, as dificuldades encontradas na América, o crescimento das famílias e as novas migrações. E, em todos estes períodos, como atestam os documentos, a bibliografia e as fotografias existentes, o costume de casar de preto foi um dos hábitos culturais mais duradouros.
O livro, que tem 88 páginas, foi publicado pela editora Oikos, de São Leopoldo, e custa R$ 60,00. Pessoas que tiverem interesse pela obra podem fazer contato com o autor pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (51) 9 9971-1456.