Cultura e diversidade: vozes dos imigrantes ecoam em Montenegro

Durante esta quarta-feira, 27, o Teatro Therezinha Petry Cardona virou palco para um dia de muito conhecimento, troca de experiências, cultura e diversidade. O Centro de Referência do Imigrante, de Montenegro, foi responsável pelo evento que uniu personalidades e vozes potentes para tratar não apenas dos direitos dos povos, mas para entender como estes e diversos outros temas atuam no fortalecimento da democracia. O evento foi ministrado pelo narrador Kanhanga em um encontro que falou sobre acolhimento, racismo, religiosidade, desafios e muito mais.

Pela manhã, após a abertura, As Mumuilas, duas meninas angolanas, realizaram uma apresentação artística a fim de valorizar o ritmo trazido da África. O artista Kizua também trouxe uma apresentação musical. Em seguida, o palco abriu espaço para a roda de conversa “Ser migrante”. Participaram da oportunidade Anne Milceus, presidente da Associação de Haitianos do Brasil; Yujeisi, venezuelana residente de Montenegro; Elisa Mateus, empreendedora e Adelaide Chicomo, membro da Casa dos Imigrantes. Ao término das atividades pela manhã, os presentes puderam se deliciar com a degustação de pratos típicos trazidos por cada uma das mulheres, exaltando a culinária tão forte em sabor.

Anne Milceus é a resistência haitiana

Anne é a primeira haitiana que reside em Montenegro, tendo chegado ao Brasil em 2017. Ela conta que no ano de sua chegada, muitas coisas eram diferentes. “A gente chegava sem ter documento e ficava esquecido aqui, não era ninguém”, relembra. Para ela, mesmo sabendo que ainda há muito chão, é importante valorizar a evolução, como a criação do Centro de Referência do Imigrante.

A gratidão venezuelana por Yujeisi

Yejeisi, por sua vez, está no Brasil há apenas quatro anos, sendo dois deles em Montenegro. Ela trabalha no Supermecado Mombach e atualmente também está empreendendo em um negócio familiar que se desenvolve aos poucos, trazendo produtos da Venezuela para a cidade. Em sua apresentação, ela agradece o País e Montenegro pelas portas abertas depois de tanta dificuldade que enfrentou para chegar até aqui. O Centro de Referência também foi amplamente elogiado pela imigrante.

Elisa Mateus e a luta por respeito

Já Eliza relata que esta foi sua primeira vez em Montenegro, apesar de residir no Brasil há 22 anos. Seu pai foi pioneiro na migração. Em uma frase impactante, Eliza destaca a crueldade do racismo ainda existente no País. “Eu descobri que sou negra quando cheguei ao Brasil”. Na chegada, ainda criança, ela sofreu muito com o racismo e confessa que por vezes, hoje, daria um conselho para que aquela pequena menina não tivesse vindo. Por outro lado, ela sabe das potências do Brasil e diz que segue sempre com forças para continuar na luta. Para ela, ver como as coisas têm evoluído, mesmo que aos poucos, faz pensar que vale a pena continuar.

Adelaide Chicomo evidencia Centro de Referência

Adelaide também esteve pela primeira vez em Montenegro. Ela utilizou o primeiro momento de sua fala para enaltecer a importância do Centro de Referência, alegando que Montenegro é literalmente referência para outros municípios que ainda não contam com o serviço essencial. “Precisamos pensar nas necessidades do imigrante que está aqui e vai ficar, porque nossa história toda é de imigração. Falar sobre isso é falar do tempo histórico”, reflete.

Programação da parte da tarde

13h30min – Show Kizua

13h45min – Oficina de Tranças Africanas

14h15min – Dança Africana – Mumuilas

14h35min – Relatos sobre Migrações

15h – Desfile Loja Consone

15h30min – Encerramento 15h – Desfile Loja Consone

15h30min – Encerramento

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