Chimarrão: sinônimo de prazer e tradição

Herança direta dos povos indígenas faz parte da identidade dos gaúchos

Seja sozinho, a dois ou em uma roda de amigos, o chimarrão é bebida típica do nosso Rio Grande do Sul. Valorizado pelo gaúcho, é um símbolo de hospitalidade e de amizade que, de mão – em – mão, mantém acesa a chama da tradição e do afeto que habitam o Estado. Essa é a primeira de uma série de matérias sobre a cultura gaúcha, em que o Ibiá abordará costumes e tradições do nosso pago até o dia 20 de setembro, em que se comemora o Dia do Gaúcho, a Revolução Farroupilha.

É justo que essa série comece com um tema tão importante para a nossa tradição, e que até hoje é tão presente no dia-a-dia dos gaúchos. Composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate moída e água quente, o amargo do chimarrão adocica a vida dos viventes que o tomam.

Os primeiros povos de que se tem conhecimento de terem feito uso da erva-mate são os índios que habitavam a região Sul do País. Os indígenas tomavam a bebida no Tacuapi (bomba antiga criada pelos índios com taquara). Com o passar do tempo, o hábito de tomar chimarrão foi passado dos índios para os colonizadores que experimentaram e gostaram do chimarrão e então foram criados utensílios para aprimorar e enfeitar essa prática.

Cláudio Braga habitualmente prepara o seu chimarrão

“É uma carga genética, é a minha identidade”
Um hábito, uma tradição, um modo de resistência cultural espontânea, o chimarrão é essencial na vida de muita gente. Para o advogado Cláudio Braga, de 62 anos, a bebida faz parte da sua identidade. Com vários tipos de cuias e bombas, o gaúcho natural de Cruz Alta, se orgulha da sua tradição.
“A minha relação com o chimarrão é diária, se eu fico um dia sem tomar o mate eu vou sentir falta. A minha família também tem o hábito, inclusive a minha neta de 1 ano e nove meses já ganhou a cuia e a bomba, e às vezes ela vem e sorve o mate junto”, diz Braga. Segundo ele, o seu contato maior com a cultura gaúcha começou a partir de 1985, quando aprofundou suas leituras e participações em festivais de músicas nativistas.

Cláudio inclusive possui um programa na plataforma Youtube, em que semanalmente posta vídeos relacionados às características da vida do gaúcho e da tradição. O projeto é uma continuidade de um programa de rádio que ficou por 13 anos no ar sob o seu comando.

Ele comenta que são vários os modos de se fazer chimarrão, mas que possui um ritual diário com a bebida. “Eu costumo colocar a erva em um pouco mais da metade da cuia, deito ela e na palma da mão eu ajeito. Se eu quero ele com um morrinho deixo a palma da mão mais curvada, se quero reto deixo a mão reta e dou uma ajeitada, e com cuidado deixo inclinado e pego o copo e coloco a água morna, espero um pouco e depois ponho a bomba com o dedo na ponta e a tendência é não entupir”, explica.

De acordo com ele, é essencial não colocar a água quente do chimarrão na primeira leva, pois isso pode “queimar” a erva-mate e tirar o seu gosto, podendo até fazer com que o chimarrão fique lavado mais rápido. Tradicional nos costumes, Cláudio não coloca enfeites na bebida, mas também não se opõe a quem bota. “Na minha opinião se quiser enfeitar a cuia, como está acontecendo, tudo bem. Para as prendas fica bonito colocar uma flor, agregar algo visual na cuia. Paciência, é sinal dos tempos, mas eu prefiro o chimarrão tradicional”, diz.

Foto: Reprodução Internet

Preparos com Erva-Mate
Bolo de Iogurte com erva-mate
Ingredientes:
3 ovos
1 copo de iogurte natural
Três quartos de um copo (de iogurte) de óleo vegetal
3 colheres de sopa de chá mate solúvel
1 pacote de gelatina sabor limão
300 gramas de farinha de trigo peneirada
120 gramas de açúcar
1 colher de sopa de fermento químico em pó
Modo de preparo:
Em uma vasilha, junte a farinha de trigo, a gelatina, o açúcar, o chá e o fermento em pó. Misture bem e reserve. No liquidificador, coloque os ovos, o óleo vegetal, o iogurte e bata por cinco minutos. Coloque aos poucos o creme na vasilha de ingredientes secos e misture até formar uma massa homogênea. Ponha a massa em uma forma untada e leve ao forno pré-aquecido. Asse por cerca de 25 minutos ou até que o bolo esteja cozido.

Foto: Reprodução Internet

Chimarrão Apaixonado
– Cuia
– Bomba
– Erva-Mate
– Água-quente (70ºC)
Modo de preparo:
1. Coloque uma colher de erva-mate no fundo da cuia (para dar sabor).
2. Adicione água quente (na temperatura de tomar +/- 70ºC) até o pescoço da cuia.
3. Coloque a bomba dentro da cuia e posicione.
4. Cubra toda a abertura da cuia com erva-mate.
5. Com auxílio de uma espátula ou colher afirme a erva-mate sobre a água pressionando suavemente até emparelhar com as bordas da cuia.
6. Cubra com o pó de erva-mate peneirada e alise a parte superior do mate.
7. Com auxilio de uma espátula desenhe um coração na superfície do mate.
8. Coloque o pó da erva-mate peneirada dentro do desenho e vá modelando o coração com a espátula até deixá-lo em relevo como o modelo da foto.
8. Ao lado da bomba, faça uma marca na erva-mate com aproximadamente 1 cm de largura x 1 cm de profundidade.
10. Umedeça essa abertura com algumas gotas de água e empurre para dentro até alcançar a água no fundo da cuia.
11. Peneire um pouco de pó de erva-mate ao redor do coração e está pronto um mate bem apaixonado!

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