Saúde e Educação juntas no combate à gravidez precoce

A gravidez na adolescência é um desafio de saúde pública que pode acarretar sérias implicações para a saúde da mãe e do bebê, além de impactar a vida escolar e profissional das jovens. Com o objetivo de prevenir essa situação, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Montenegro desenvolve um trabalho educativo voltado aos adolescentes, promovendo informação e acesso a métodos contraceptivos.


Uma das principais iniciativas ocorre dentro das escolas, sejam elas públicas ou privadas. O Ambulatório de Infectologia, em parceria com as instituições de ensino, organiza rodas de conversa sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidez precoce. As atividades são solicitadas pelas escolas junto ao Serviço Social da SMS e são direcionadas a estudantes a partir do 7º ano, com autorização dos pais.


De acordo com a assistente social Ana Paula Martins, a abordagem é interativa. Antes do encontro, uma “caixa de perguntas” é disponibilizada para que os adolescentes registrem suas dúvidas. Com base nessas questões, uma assistente social e uma enfermeira conduzem o diálogo, trazendo informações claras e objetivas.


Entre os temas mais comuns estão a idade “ideal” para iniciar a vida sexual, métodos anticoncepcionais, riscos de gravidez na primeira relação e o período fértil. “Além dos aspectos clínicos, também são abordadas questões legais relacionadas ao Estatuto da Criança e do Adolescente”, ressalta Ana Paula.


Além do trabalho escolar, a SMS está disponível para levar essas informações a outras instituições, mediante agendamento. Os agentes comunitários de saúde têm um papel essencial nesse processo, pois visitam regularmente as famílias e levam orientação direta aos adolescentes e seus responsáveis. Materiais educativos também são distribuídos sempre que possível, e a Secretaria busca espaço em veículos de comunicação locais, como rádio, TV e jornais, para ampliar a conscientização.

Acompanhamento das jovens grávidas

A vulnerabilidade social, a falta de suporte familiar e a evasão escolar são fatores que aumentam os riscos da gestação na adolescência. Além disso, o bebê de uma jovem mãe pode enfrentar riscos adicionais, como a falta de orientação adequada, dificuldades no aleitamento materno e rejeição por parte da família ou do pai biológico.


Quando a gravidez na adolescência ocorre, a jovem recebe acompanhamento integral. Todas as gestantes adolescentes passam pelo pré-natal com uma equipe multidisciplinar, que inclui enfermeiras, assistente social, médico ginecologista, nutricionista, fonoaudióloga, psicólogas e agentes comunitários de saúde. Além disso, visitas domiciliares são realizadas e há contato com o Conselho Tutelar para garantir o suporte necessário.

Números elevados

A gravidez na adolescência é alta no Brasil. Cerca de 360 mil partos anuais são de mães com até 19 anos, o que corresponde a 12% de todos os nascimentos.
Um a cada sete bebês brasileiros é filho de mãe adolescente.
Por dia, 1.043 adolescentes se tornam mãe no Brasil. E, por hora, são 44 bebês que nascem de mães adolescentes, sendo que dessas 44, duas têm idade entre 10 e 14 anos.
Fonte: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) do Sistema Único de Saúde (SUS)

Métodos contraceptivos

Para as adolescentes que desejam acesso a métodos contraceptivos, mas se sentem desconfortáveis em falar com a família, a rede de saúde oferece um caminho seguro. Elas podem procurar as unidades de saúde de referência, onde serão atendidas por profissionais qualificados. A abordagem inicial é feita pela enfermagem, que encaminha para o especialista, caso necessário. Os preservativos masculino e feminino estão disponíveis gratuitamente em todas as unidades.


Com essas iniciativas, a Secretaria Municipal de Saúde reforça seu compromisso em levar informação e apoio aos adolescentes, promovendo a prevenção e garantindo um futuro mais saudável para a juventude.

Nas escolas, abordagem do tema é interativa, com diálogos focados nas principais dúvidas dos alunos

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