Arroz, feijão, massa, carne, alface, cenoura e beterraba. Esse é um dos cardápios servidos para os alunos da rede municipal de ensino de Montenegro. Mais do que alimentos, são sinônimo de saúde, de prevenção a doenças e de um desenvolvimento adequado para milhares de crianças.
A alimentação escolar é planejada para atender às necessidades nutricionais dos alunos, garantindo refeições equilibradas e apropriadas a cada faixa etária. Os cardápios são elaborados conforme as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), considerando fatores como idade, tempo de permanência na escola, hábitos alimentares regionais e disponibilidade de alimentos da estação.
Para colocar essa engrenagem em movimento, a Secretaria Municipal de Educação (SMED) conta com uma equipe especializada dentro do Serviço de Nutrição e Alimentação Escolar (SNAE). O setor é composto por três nutricionistas, dois operários, um motorista, um agente administrativo auxiliar, uma estagiária de Nutrição e um auxiliar de serviços escolares. Essa equipe trabalha de forma integrada para planejar, armazenar e distribuir os alimentos.
De acordo com a nutricionista Lenara Johann, coordenadora do SNAE, o foco é valorizar a “comida de verdade” e reduzir o consumo de ultraprocessados, contribuindo para a formação de hábitos saudáveis. “A cada ano, a equipe técnica do SNAE aprimora as refeições, alinhando-se às atualizações da nutrição e às novas regulamentações, para oferecer o melhor em qualidade alimentar às crianças e adolescentes da rede municipal”.
Estrutura e logística garantem segurança e frescor dos alimentos
Para manter a qualidade dos alimentos distribuídos nas 29 escolas da rede municipal – que atendem a aproximadamente 7 mil alunos –, o SNAE dispõe de um estoque central, equipado com sistemas de congelamento e refrigeração, além de paletes para a correta armazenagem dos insumos.
Segundo a nutricionista Lenara Johann, os alimentos não perecíveis são distribuídos mensalmente às escolas por meio de um veículo fechado com refrigeração, exclusivo para essa atividade. “Já os produtos perecíveis, como carnes, ovos, hortifruti, panificados e laticínios, são entregues diretamente pelos fornecedores às escolas urbanas. Para as escolas da zona rural, a distribuição é feita semanalmente pela equipe do SNAE, sempre às terças-feiras”, detalha.
A água utilizada para consumo e preparo das refeições recebe atenção especial. Os reservatórios das escolas passam por higienização semestral, com laudos comprobatórios emitidos por empresa especializada. A Vigilância em Saúde do município também realiza análises periódicas para garantir a qualidade do produto.
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Importante
A avaliação da aceitação dos alimentos pelos alunos também faz parte da rotina da equipe do SNAE. Testes de aceitabilidade são aplicados sempre que novas receitas são introduzidas no cardápio, garantindo que a alimentação atenda às preferências dos estudantes sem comprometer a qualidade nutricional.
Refeições completas e diversificadas
As refeições servidas nas escolas são completas e diversificadas. Incluem frutas, verduras, carnes, leguminosas (feijão, lentilha), cereais, panificados, laticínios e preparações caseiras.
- Nas unidades de Educação Infantil: são servidas até quatro refeições diárias, além de um lanche extra para crianças que permanecem por mais tempo na escola. Para os menores de três anos, há restrição no consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados, garantindo uma alimentação mais natural e saudável.
- No Ensino Fundamental: os alunos recebem lanche da manhã e da tarde, com opções variadas ao longo da semana. Duas vezes por semana, são oferecidas refeições completas, como arroz, feijão, carnes e massas. Nos demais dias, o cardápio inclui frutas, panificados, biscoitos e sucos naturais.
- Nas escolas de turno integral: além dos lanches, há também a oferta de almoço, garantindo a energia necessária para um melhor desempenho acadêmico.
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Cuidados com a higiene são permanentes
Para garantir a qualidade higiênico-sanitária das refeições preparadas, a equipe do PNAE segue as normas contidas na Resolução ANVISA 216/2004 e na Portaria SES 799/2023). Todos os anos, é realizado treinamento em boas práticas de manipulação de alimentos com as auxiliares de serviços escolares (merendeiras), além de orientações presenciais por nutricionistas em visita técnica. Todas as escolas possuem Manual de Boas Práticas, Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’S) e planilha de controle para garantir o adequado manejo da alimentação escolar.
As merendeiras recebem uniforme completo e equipamentos de proteção individual, conforme exige a legislação sanitária. Controle de estoque, cuidados especiais na hora do armazenamento e recebimento dos gêneros alimentícios, zelo na higienização dos equipamentos, utensílios e alimentos ajudam a impedir o contágio.
A nutricionista Lenara Johann acrescenta que, em 2025, ainda será implementada a coleta de amostras da alimentação escolar para análises.
Ganhos para a saúde
Em crianças e adolescentes, a alimentação escolar de qualidade:
Ajuda a prevenir a má nutrição, obesidade e outras doenças crônicas;
Contribui para a segurança alimentar e nutricional;
Desenvolve habilidades para o autocuidado e o bem-estar;
Auxilia no desenvolvimento dos hábitos alimentares sadios;
Melhora o desempenho escolar, estimulando a memória e a concentração.