Com o objetivo de garantir um início de vida mais saudável para os recém-nascidos e promover bem-estar para as mães, a Secretaria Municipal da Saúde de Montenegro mantém um programa contínuo de incentivo ao aleitamento materno. A iniciativa, que há anos integra a rotina da Pediatria, oferece apoio, informação e acolhimento às famílias desde os primeiros dias após o nascimento do bebê.
O ponto central do programa é um grupo específico, que se reúne sempre nas segundas-feiras à tarde. Nele, recém-nascidos, mães e seus acompanhantes são acolhidos por uma equipe multidisciplinar, composta por enfermeira, pediatra e nutricionista. O foco principal desses encontros é o aleitamento materno, mas também são abordados outros cuidados fundamentais com o bebê.
“A gente aproveita esse momento para revisar os primeiros cuidados com o recém-nascido, fazer o acompanhamento pediátrico inicial e orientar a mãe sobre a amamentação e a alimentação adequada durante esse período tão importante”, explica a nutricionista Kelly Kehrwald.
O número de mulheres atendidas varia conforme os nascimentos do mês, mas, segundo Kelly, a média mensal gira em torno de 30 a 35 famílias. “É um número significativo, porque trabalhamos com atendimentos personalizados e com foco na qualidade das informações. Nosso objetivo é que cada mãe se sinta segura para amamentar”, afirma.
Ações antes e depois do nascimento
O incentivo à amamentação começa ainda no pré-natal. Algumas gestantes, acompanhadas pela rede de saúde municipal, passam por atendimentos com a nutricionista, que dedica a última consulta antes do parto para orientar sobre o aleitamento. São abordadas as vantagens do leite materno, a forma correta de amamentar, a posição do bebê,a duração das mamadas e também cuidados com o corpo da mãe, como prevenção ao ingurgitamento mamário (empedramento das mamas) e às cólicas nos recém-nascidos.
Essas orientações são reforçadas após o nascimento, no primeiro retorno à pediatria. “A gente fala sobre tudo isso de novo no grupo, porque é comum que as mães tenham dúvidas novas depois que o bebê nasce. É um momento muito sensível, e o apoio faz toda a diferença”, completa Kelly.
Olhar atento da equipe para o aleitamento
O incentivo ao aleitamento não acontece apenas nas consultas agendadas. A Pediatria de Montenegro mantém um olhar atento e sensível para as necessidades das mães e dos bebês em todos os atendimentos. Mesmo que o recém-nascido compareça à unidade apenas para tomar uma vacina ou fazer o Teste do Pezinho, a equipe aproveita a oportunidade para conversar com a família sobre a amamentação.
Se for identificada qualquer dificuldade, o atendimento individualizado é oferecido imediatamente. “Esse acolhimento rápido e direcionado evita que pequenos problemas se transformem em obstáculos para a amamentação”, ressalta a nutricionista.
Benefícios do Aleitamento Materno
Nutrição -Leite completo, de fácil digestão, sempre na temperatura ideal
Economia -Leite materno reduz gastos com alimentação do bebê
Proteção contra doenças -Transmissão de anticorpos e prevenção contra alergias, colesterol alto, obesidade e diabetes. Para a mãe, eduz risco de anemia, câncer de mama e ovário
Desenvolvimento -Estimula a fala, formação dos dentes e boa respiração
Aspecto emocional -Fortalece o laço afetivo entre a mãe e o bebê
Controle de peso – Amamentação contribui para a perda de peso após a gestação
Equipe envolvida e atuação integrada
Diretamente, a equipe da Pediatria conta com três profissionais: uma enfermeira, uma pediatra e a nutricionista. Indiretamente, porém, todo o time da saúde municipal está envolvido no estímulo ao aleitamento. Desde a maternidade até os postos de saúde, a rede atua de forma articulada para garantir que nenhuma família fique sem orientação ou apoio.
Todos os bebês são encaminhados para as unidades de saúde para receber vacinas e realizar exames como o Teste do Pezinho. A partir desse primeiro contato, já são inscritos no grupo da Pediatria, e a família é orientada a retornar dentro dos primeiros 10 dias de vida do bebê.
Mito: “leite fraco” não existe
Apesar dos avanços nas campanhas de conscientização, ainda é comum encontrar mães que acreditam não produzir leite suficiente ou que seu leite é “fraco”. A nutricionista Kelly reforça que essas ideias não têm base científica.
“Somente em situações muito específicas a mulher realmente não produz leite. E não existe leite fraco. A produção está diretamente ligada à sucção do bebê. Quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz. Por isso,é tão importante o apoio e a orientação correta desde o início”, explica.
A profissional também ressalta que a alimentação e o descanso da mãe são fundamentais para a produção de leite, assim como a ingestão adequada de água. “Amamentar é natural, mas isso não significa que seja sempre fácil. Por isso, nosso papel é estar ao lado das mães, tirando dúvidas, acolhendo e fortalecendo”, conclui.