Picada do aracnídeo não causa dor imediata e pode evoluir para uma necrose
Diversos problemas de saúde têm no calor o seu gatilho – assim como outros tanto são disparados em razão do frio –, mas um deles, em especial, vem trazendo preocupação para as autoridades da área da Saúde no Vale do Caí. E não se trata de uma condição causada por problemas biológicos, mas sim uma que tem origem num pequeno aracnídeo: a aranha-marrom.
Dados do Centro de Informação Toxicológica (CIT) do Rio Grande do Sul mostram que, em 2019, até dia 10 de dezembro, o Estado registrou um total de 736 acidentes com essa aranha. Em caso de acidente é importante o acompanhamento médico e laboratorial. Mais informações e esclarecimento de dúvidas podem ser buscados pelo telefone 0800-721-3000, no plantão 24 horas do CIT.
No Vale do Caí já foram registradas 71 pessoas picadas. Em Montenegro, são nove casos de picadas da aranha-marrom identificados. No entanto, conforme a Vigilância em Saúde de Município, esse número pode ser maior uma vez que dos 53 acidentes envolvendo aranhas registrados, em sua maioria, não especifica qual espécie de aracnídeo estava envolvida no caso. Maratá teve três acidentes com essa aranha, São José do Sul e Brochier registraram cada um dois casos. Em Pareci Novo, não houve ocorrência de picadas da aranha-marrom.
De acordo com a bióloga do CIT, Katia Moura, as aranhas-marrons não são agressivas, picam apenas quando comprimidas contra o corpo. A picada não causa dor imediata, que só surge de 12 a 24 horas depois do acidente, junto com ardência e escurecimento da pele. A ferida pode evoluir para uma necrose. “O acidente por aranha-marrom é comum no nosso meio, mas, se tratado adequadamente, são raras as complicações ou sequelas”, explica a bióloga.
Esses aracnídeos têm hábitos noturnos e são pequenos, medindo aproximadamente um centímetro de corpo e três de envergadura das patas. Apresentam coloração marrom-avermelhada e abdômen em formato de caroço de azeitona. “As aranhas-marrons vivem principalmente dentro das casas, camufladas entre as roupas, toalhas e lençóis, escondidas atrás de móveis e quadros ou em sótãos, porões e garagens”, diz Katia. Assim, para se prevenir, algumas ações simples são indicadas, como sacudir roupas, sapatos, toalhas e lençóis antes de utilizá-los e manter a casa e pátios sempre limpos.
Dicas de prevenção
– Manter a residência e os arredores sempre limpos;
– Afastar e limpar atrás dos móveis (camas, balcões, armários) e quadros;
– Sacudir as roupas antes de vestir;
– Evitar deixar roupas penduradas nas paredes;
– Manter as camas afastadas da parede;
– Sacudir lençóis e toalhas antes de usá-los.