Perda. Liderança municipal, Cestilho José Gabbardo, 84 anos, faleceu por complicações causadas pela pneumonia
São José do Sul se despediu ontem de Cestilho José Gabbardo, presidente da Comissão Emancipadora da cidade. O líder morreu na quarta-feira, dia 24, aos 84 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos em decorrência de uma pneumonia. Seu sepultamento ocorreu na tarde de quinta-feira, 25, na Igreja São Francisco de Sales. Pela perda, o Município decretou luto oficial de três dias. Cestilho teve seis filhos, dos quais três estão vivos, com a esposa Imelda Verônica Gabbardo. Além deles, também deixa quatro netos. A capela ficou lotada por quem foi dar o último adeus a uma pessoa estimada pela comunidade.
O nome dele faz referência a ser o sexto filho homem de uma família de oito crianças. Inclusive, em função disso, quando era moço Cestilho grifava o nome com “S”, só mais tarde mudou para o “C”.
Presidente da Comissão Emancipadora, o líder abriu caminho para que nascesse, em abril de 1996, o município de São José do Sul. “Sabia Cestilho dos anseios do povo, não apenas no âmbito político emancipacionista, mas também do cotidiano”, destaca nota de luto publicada no site da Prefeitura. Cestilho foi presidente da Sociedade Esportiva Recreativa e Cultural Dom Diogo, a Sociedade Botafogo. Mais, na década de 1950, foi atleta do clube. A figura pública também foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais local.
O agricultor também foi garçom em bailes e teve uma fábrica de queijos. “Vou me lembrar dele como um cara muito ativo. Foi um dos fundadores do Botafogo e participou da Comissão Emancipadora de São José do Sul. Era brincalhão, uma pessoa bem humorada. Gostava muito de futebol, era torcedor do Inter”, comenta um dos filhos dele, Elias Noé Gabbardo. No caixão, uma bandeira do Inter e uma camisa do Botafogo materializavam a paixão.
Dalva Regina Gabbardo, filha de Cestilho, também destaca a simpatia do pai. “Era um homem leve, uma pessoa simpática de fácil relação pessoal”, sublinha. O lado divertido ficava evidente quando colocava os sobrinhos dentro do tacho de cobre da fábrica de queijos. Eles deslizavam no metal e não conseguiam sair, para risadas do autor da peripécia.
Outra característica importante era o gosto por ler. “Sempre gostou de ler jornais. Tinha uma memória invejável, lembrava de várias escalações importantes de times do Inter. Antes da emancipação, dizia o nome de cada distrito da região”, destaca Dalva Regina. A Administração Municipal se manifestou sobre a perda. “Muito temos a lamentar pela perda deste personagem tão importante, mas temos muito mais a agradecer a ele, pois foi o homem que liderou uma comissão que obteve êxito fazendo da nossa pequena comunidade um município. Mais importante do que todos os prefeitos ou vereadores da história é o presidente da Comissão Emancipadora, pois ele, com esforço à sobremaneira, deu origem ao nosso município”, comentou o prefeito, Sílvio Inácio de Souza Kremer.