HISTÓRIA. Carreteiros revivem o passado ou vivem o presente
A 4ª edição da Carreteada de São José do Sul, sábado, 26, recebeu 70 participantes, confirmando um aumento de quase 30 carros de boi, ante os 42 do ano passado; e com representantes de diversas cidades da região. O encontro anual compõe a programação de aniversário do Município, que em 2025 completou 29 Anos de Emancipação.
A comitiva que corta as ruas de Dom Diogo, o centro da cidade, parte e retorna à chácara de Ari Petry, na comunidade de Linha Progresso. Pelo trajeto, o ranger das carretas, os gritos do tocador e os mugidos da parelha de animais faz retornar à comunidade uma sinfonia de prosperidade executada pelo trabalho duro no campo. O carro de boi foi muito importante na povoação e posterior crescimento do Rio Grande do Sul, também com forte influência no Vale do Caí. Inclusive, o boi ainda é presente na lida em muitas pequenas propriedades de São José do Sul, como da região.
O exemplo que ilustra essa história é o agricultor Evaldo Ivo Koch, 73 anos, que jamais abandonou seus boizinhos. Mesmo aposentado, criá-los é uma satisfação, e participar das carreteadas um reconhecimento. “Eu gosto de sair com eles (bois), por isso ainda tenho eles”, confirma, tocando pelo chão batido a parelha Mandala e Defesa. Neste ano, o agricultor esteve acompanhado dos netos Artur Felipe Koch, 16, guiando as novilhas Gaúcha e Colorada, e Erick, 13, com Charmosa e Formosa (primos). “Tratamos com silagem, um pouco de bagaço, cevada”, explica Artur, ao garantir que tratam bem os animais.
Um dos representantes de Montenegro era Alério Motta, 64, que levava Teimoso e Bandido na primeira carreteada. Hoje o agricultor usa trator na propriedade em Bom Jardim, mas não dispensa os bois para tarefas menores. “Tenho trator, mas adoro trabalhar com o boi”, refere. Motta também fala da história, que mantém viva sem dispensar o lucro, pois cria e amansa gado para a lida.
