Cabanha Vier. Nilson e Leonardo Vier, pai e filho, trabalham com ovelhas de raça que são vendidas para todo o país
A tradição da família Vier na pecuária foi construída em décadas de muita dedicação, mas a sucesso mais recente do trabalho de Nilson e Leonardo teve início em 2006, quando pai e filho decidiram apostar de vez na produção de ovinos da raça Texel. De lá pra cá, a Cabanha Vier já teve três grandes campeões da Expointer – nos anos de 2010, 2012 e 2017 – e diversas ovelhas qualificadas como reservadas de campeão.
O trabalho ficou reconhecido nos bons resultados numa das maiores feiras de agronegócios da América Latina e transformou-se em referência para todo o país. Conforme Leonardo, eles possuem clientes em São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná e outros estados. O criador destaca ainda que, desde 2012, a cabanha detém o recorde de animal mais caro da raça Texel vendido na Expointer. “A Expointer é a Copa do Mundo. Então, tu ganhar três vezes uma Copa do Mundo começa a chamar a atenção até de quem não cria”, comenta.
Conforme Leonardo, hoje a cabanha conta com 100 matrizes pura origem e cinco reprodutores. Todos eles nasceram na fazenda localizada no interior de Salvador do Sul. De acordo com o produtor, há mais de cinco anos começaram a trabalhar com sêmen importado da Europa para melhorar geneticamente seu rebanho. Mas não apenas os animais são comercializados pelos Vier. Assim como compraram o sêmen importado para melhorar suas ovelhas, hoje eles vendem o de seus reprodutores para outros criadores.
Destacando que a cabanha trabalha com qualidade e não quantidade, Leonardo conta que o foco do trabalho é na reprodução de ovelhas e também na participação em exposições. “A gente participa de sete a oito feiras durante o ano”, conta. Ele salienta ainda que os Vier possuem também uma longa tradição na Expointer, com seu pai participando desde a primeira edição da feira com gado, primeira atividade na pecuária a qual a família se dedicou.
Sobre a mudança de foco, o responsável pela cabanha explica que acabou sendo um movimento natural. Leonardo diz que quando trabalhava com gado a família já possuía ovinos das raças Texel e Hampshire. “A gente sempre teve campo, mexeu com fazenda, é o que a gente gosta. Fomos criando (ovelhas) devagarinho, caprichando e cuidando. Vamos bem nas exposições, com vários prêmios. Então é um seguimento, uma paixão pela raça Texel”, comenta, orgulhoso dos resultados.
Manejo exige atenção e dedicação diária
Separadas em lotes, as ovelhas pastam calmamente. Além do alimento especial, elas também sempre contam com um espaço para sombra e acesso à água. Colocando assim, o manuseio dos animais parece fácil, mas Leonardo garante que é preciso ficar de olho no rebanho. Os ovinos são tranquilos, mas exigem bastante atenção e dão muito serviço.
“Tem que ficar de olho. A ovelha é um animal mais sensível, que tem que estar em cima, tem que conhecer o que tu tá fazendo”, reforça Leonardo. Conforme o criador, os animais passam o dia nas pastagens e, à noite, são recolhidos. A rotina de trabalho chega a passar das 12 horas diárias. Hoje, a Cabanha Vier está localizada numa propriedade de 100 hectares onde, além da criação de ovelhas, os proprietários também investem no reflorestamento.
Porém, a lida na cabanha não se resume a cuidar da saúde e nutrição dos animais, mas também das pastagens. “É uma função. É todos os dias, não tem final de semana. É puxado”, resume Leonardo. Porém o criador diz que agora, com toda uma infraestrutura pronta, com reprodutores e um bom banco de fêmeas, os resultados estão aparecendo muito mais, além de o trabalho ser mais fácil.
Cuidado genético é fundamental na criação
Para garantir uma boa linhagem, os Vier realizam um estudo antes de cobrir cada ovelha. “É feita uma análise e, para cada ovelha, a gente escolhe um reprodutor”, conta Leonardo. O criador explica que a definição leva em conta a morfologia de cada animal, selecionando assim o par certo para o acasalamento. A finalidade é sempre buscar o melhoramento genético e os padrões máximos da raça.
Para 2018, Leonardo diz que as perspectivas de participação em feiras e exposições são boas. “A gente já tem a produção do ano passado e já estamos cuidando os animais que irão para a Expointer”, afirma. Segundo ele, a rotina normal é o animal nascer num ano para, no próximo, ser levado para a grande feira.