Personagens que marcam a história de Pareci Novo e Maratá

Padre Cláudio e Moacir da Cruz acompanharam de perto desenvolvimento dos Municípios

Ao longo dos seus 30 anos de emancipação política, a serem completos dia 20, Maratá e Pareci Novo tiveram diversos nomes que ficaram marcados em suas histórias. Alguns personagens já passaram e foram eternizados com seus nomes aparecendo em ruas, ginásios e outros espaços públicos. Outros personagens seguem participando ativamente da comunidade e acompanhando o progresso de seus Municípios ao mesmo tempo em que guardam na memória capítulos importantes da vida em comunidade na cidade em que vivem.

Padre teve participação ativa na comunidade marataense
Falar de Maratá é recordar da participação do padre Cláudio Finkler em diversos capítulos da história do Município. O religioso de 77 anos, que é natural de Picada Café, desembarcou em Maratá em 1978 para assumir o comando da Paróquia São Miguel. O padre lembra que a paróquia não tinha a melhor das aparências. Segundo ele, a igreja e a casa paroquial necessitavam de reforma. Com auxílio de lideranças locais e da comunidade, Cláudio, ao longo dos anos, conseguiu levar a cabo as reformas necessárias – bem como outras melhorias – e também reformou o modo de vida local.

O padre recorda que, na época em que chegou a Maratá, a futura cidade ainda era distrito de Montenegro e a comunidade vivia basicamente com a agricultura de subsistência. “A gente vivia pobre na época e procurava se desenvolver”, afirma. A chance de desenvolvimento surgiu através da emancipação política. Cláudio recorda que recebeu apoio do político montenegrino Roberto Athayde Cardona para fomentar a criação de distritos que pertenciam a Montenegro.

Foi assim que o religioso participou, em 1988, da criação de Brochier do Maratá, Município que abrangia o que hoje são as cidades de Brochier e Maratá. Cláudio conta que a ideia inicial era de já criar dois Municípios, mas que intrigas políticas na Assembleia Legislativa gaúcha fizeram com que uma única cidade fosse criada.

Apesar disso, houve um combinado entre as lideranças que poderia viabilizar o plano inicial. O acordo era ver se haveria combinação cultural entre as duas comunidades durante dois anos. “A gente percebeu que não casou”, conta Cláudio. Assim, visando maior autonomia e a criação de dois grupos locais de liderança, teve início o processo de emancipação de Maratá. “Uma coisa: não nos dividimos por briga, mas por razões culturais. Pode ver hoje que o fluxo para lá e para cá está sempre aumentando”, enfatiza.

Depois de participar da emancipação, o religioso também esteve no grupo de pessoas que buscou a vinda de uma fábrica para a cidade que culminou no funcionamento da Kildare na cidade. “Nós tínhamos uma economia de subsistência e estava se quebrando pela migração dos jovens para a cidade. Para segurar os jovens próximos às famílias e também desenvolver a comunidade, fomos buscar uma fábrica”, recorda.

Toda a participação para o crescimento de Maratá foi reconhecida de forma oficial em 2018, quando o padre recebeu o título de cidadão honorário marataense. “É uma pequena comunidade, mas ela está bem desenvolvida e cresceu bastante ultimamente”, comenta Cláudio sobre o Município que ajudou a transformar. “Estou muito satisfeito, estou realizado”, complementa, ao falar sobre sua atuação na comunidade.

Comerciante acompanhou o crescimento de Pareci Novo
José Moacir da Cruz nasceu em São Sebastião do Caí, há 72 anos. Dois anos depois, se mudou para um distrito que então fazia parte de Montenegro, mas o qual ele ajudou a transformar em Pareci Novo. Conhecido na cidade por ter trabalhado no comércio da cidade por mais de 35 anos, Moacir foi um dos membros da comissão emancipacionista.

O comerciante recorda que o convite para fazer parte do grupo partiu de Armin Adolfo Heldt, que depois seria eleito primeiro prefeito de Pareci Novo. Na época, Moacir tinha uma bodega junto à centenária figueira localizada na entrada da rua José Inácio Teixeira. “Quando começou (o movimento emancipacionista), começou a surgir o interesse das pessoas”, recorda sobre como o tema virou assunto no seu estabelecimento.

Moacir da Cruz observou através do seu comércio o crescimento de Pareci Novo

Segundo Moacir, o principal interesse era na busca por melhorias, uma vez que a vida em Pareci Novo era precária. “Dependia de Montenegro e Montenegro era um município grande e sem condições financeiras para fazer o que precisava”, comenta. Assim, viu-se na emancipação política a chance de se conquistar as tão sonhadas melhorias – o que de fato veio a acontecer.

De trás do balcão do seu comércio, Moacir viu Pareci Novo crescer. Ele comenta que logo após a emancipação teve início o processo de asfaltamento de importantes vias locais, bem como melhorias na Educação e na Saúde. “É uma coisa que a gente acompanhou de perto. O nosso Município evoluiu muito”, afirma.

Segundo o comerciante, o crescimento do Município era perceptível pelo aumento do movimento em seu estabelecimento. “O Município cresceu muito em população, veio muita gente ‘de fora’ trabalhar”, garante Moacir, citando como forças da economia local os viveiros e também aviários e pocilgas. “Estou satisfeito de ter trabalhado, de ter batalhado, pelas melhorias. A gente sempre tem o orgulho de ter participado”, reforça.

Além da participação na emancipação de Pareci Novo, Moacir também esteve envolvido por 25 anos na organização de festas e diretoria da Sociedade Cultural e Esportiva Matiel. Ele lamenta que, hoje, quase não há mais movimentação nesses espaços – muito pela falta de novas lideranças para assumir a direção dessas entidades. “Na época, os times de futebol estavam em todos os distritos do Município: Matiel, Várzea do Pareci, Pareci Novo, São Pedro, Bananal e Despique. São seis sociedades e todas tinham time de futebol funcionando a todo o vapor”, recorda Moacir, que também chegou a fardar e jogar.

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