Curso de processamento de peixes atrai público variado em Maratá

Da família ao investidor. Turma com 10 alunos conclui nesta sexta-feira formação bastante variada iniciada ontem

Aprender a forma correta de manejar o peixe desde a despesca até o momento de transformá-lo em alimento, passando por todos os detalhes da evisceração e limpeza do pescado, está no currículo do curso de processamento de peixes iniciado ontem, 16, e que é finalizado hoje em Maratá. Na turma de 10 pessoas estavam piscicultores, pessoas do ramo da gastronomia e também aquelas que desejam apenas aprender novas técnicas para utilizar em casa.

O instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) responsável pelo curso, Fábio Miguens, salientou na manhã de ontem que as aulas de processamento de peixes são bastante requisitadas. Segundo ele, o principal objetivo é passar conhecimento para que as famílias conheçam os procedimentos e os utilizem para consumo próprio. “São alternativas que a gente quer trazer para que eles aprendam como fazer, como manter e não estocar em freezer e nem geladeira (o peixe)”, destacou. Apesar disso, ele observou que o conhecimento adquirido no curso possibilita a abertura de uma agroindústria ou cooperativa para comercialização dos produtos.

Curso, que termina hoje, abordou até mesmo questões como temperatura da água e choque térmico no pescado

Conforme o instrutor, o foco do curso está em se ensinar a fazer vários processos derivados da carne que é retirada da carcaça. “São alternativas como conservas, patê e embutidos. É bem diferente”, comentou. “São mais fáceis e também é uma forma de ser mantida a originalidade da carne, sem ela passar por fritura ou processos de muito calor que podem fazer com que a carne perca o conteúdo original e os sais minerais tão importantes para a saúde humana”, afirmou sobre os métodos.

Além das receitas e métodos, os participantes tiveram orientações sobre o manejo antecipado da despesca, limpeza da carcaça e cortes e também cuidados básicos de higiene. “Na verdade, o manejo antecipado da despesca é uma forma de fazer com que o peixe seja abatido de forma tranquila para poder manter as características nutritivas da carne”, comentou.

Alunos receberam orientações e também colocaram a “mão na massa”

Promovido pelo Senar, o curso foi possibilitado em Maratá através de uma parceria da secretaria municipal de Habitação e Assistência Social com a secretaria municipal de Agricultura e Meio Ambiente. “Foi uma necessidade que vimos. Temos a feira do peixe mensalmente e muitos produtores de peixe no Município”, afirmou a secretária de Habitação e Assistência Social, Gládis Teresinha Stein. Ela reforçou que o curso foi disponibilizado de maneira gratuita e oferece certificado, além disso, pode oportunizar uma nova fonte de renda aos participantes.

Participantes possuem objetivos diversos
Moradora da comunidade de Macega, no interior de Maratá, a agricultora Deise Martins, 33 anos, se matriculou no curso para aprender pratos variados a base de peixe, que é comum na mesa da família, uma vez que seu pai, João Kerber, tem uma produção de peixes para consumo próprio. “Estamos muito acostumados com fritura”, comentou. Sobre o manejo e limpeza do pescado, ela disse que o básico já sabia, mas que sempre é bom buscar se especializar.

Participantes tiveram contato direto com os peixes

Quem também tinha como foco o aprendizado culinário era o ecônomo do Parque Municipal da Cascata da Vitória, Rodrigo Kirschner Peres, 36 anos. “Vim para absorver conhecimento e ter mais ideias de como trabalhar com o peixe. Trabalho no ramo da gastronomia e é interessante saber como não perder matéria-prima”, afirmou.

Já o piscicultor Edemir Postai, 57 anos, veio de São José do Sul para adquirir mais conhecimento sobre o manuseio e demais processos. “Vim para explorar o que já é meu território. A ideia que eu tenho é, mais tarde, faz iscas empanadas”, revelou sobre o plano do futuro negócio. Para isto, ele já cria peixes em 10 açudes em sua propriedade em Linha Lerner. Inclusive, Edemir é um dos fornecedores da feira do peixe vivo de Maratá, que acontece no primeiro sábado de cada mês. “De repente, surge aqui uma ideia e posso aparecer com mais produtos, já que posso abater e fazer”, destacou.

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