Atividade não exige dedicação integral, mas pede lote de terra

A diversificação de culturas na propriedade rural é uma sugestão bastante útil e perseguida pelas famílias na busca de segurança financeira. Entre as opções está a criação de Bicho-da-seda para produção do fio que compõe o tecido milenar e refinado. Quem quiser saber mais terá essa oportunidade às 9 horas desta quarta-feira, dia 14, em Maratá, onde a empresa Bratac Seda realizará reunião pública na Casa do Turista.
Segundo seu supervisor técnico Valdenir Servelo, a multinacional brasileira planeja abrir produção em várias regiões, desde que tenham perfil topográfico e produtores interessados. Ele salienta ainda que, no primeiro momento, a implantação com parceiros terá limite de produção, expandindo ao máximo possível diante de resultados positivos.
“Nossa atividade é familiar, e pode estar agregada com outras atividades já existente na propriedade rural”, destaca. Cada unidade produtiva representa um projeto individual e específico, o que determinará o investimento em máquinas, mão-de-obra, matérias. “Se o agricultor tiver disponível 2 hectares é um projeto, se tiver 3 hectares é outro projeto. Não exigimos um projeto padrão”, reforça. A Bratac entra na parceria doando as mudas de Amoreira (alimento da larva) e prestando assistência técnica gratuita.
Também fornece matérias e equipamentos para a criação das larvas, os quais o agricultor pagará mensalmente através de desconto na produção, conforme as normas da empresa. O projeto do barracão (parecido com um aviário) e a infraestrutura, é por conta do produtor, sem financiamento da empresa. Mas Servelo assinala que a produção de Bicho-da-seda está enquadrada em linha de crédito com bancos parceiros da Bratac.
Lucro dependerá do tamanho do projeto
O início do plantio das Amoreiras acontece entre maio e julho, e de seis a oito meses pode iniciar a criação das larvas. Essas são fornecidas com custo, também descontado na compra do casulo pela Bratac. No Vale do Caí, calcula o técnico, seria possível até nove criadas durante a safra êxito do Inverno, quando as amoreiras estarão em dormência e as folhas caem e ficam propícias para alimentação da larva.
O supervisor afirma que criação de Bicho-da-seda não ocupa muito tempo, se encaixando na classificação de atividade paralela. O desenvolvimento do inseto tem cinco fases, sendo o primeiro e segundo realizado na Bratac. A larva chega ao criador na terceira fase, exigindo então de 18 a 20 dias de criação, com três a cinco alimentações por dia.
Após produzir os casulos (feitos de fio de seda), o produtor entrega no ponto de recebimento mais próximo, iniciando a responsabilidade produtiva exclusiva a Bratac. Este processo coloca os casulos para secagem e depois nas unidades de fiação do tecido de seda.

Quanto à lucratividade, Servelo assinala que a produção de seda é toda exportada para Europa, o que é garantia de mercado para venda.
Quanto à lucratividade deste nicho de negócio, Servelo explica que também depende de cada capacidade produtiva implantada, considerando também contratação de mão-de-obra ou não. Mas, em geral, entre 2 a 3 hectares plantados de amora, com apenas duas pessoas ou a família dependentes (sem funcionários), pode ter uma renda mensal de R$ 8 a 10 mil.
Sobre a Bratac Seda
A empresa Bratac Seda é a maior produtora de seda do país e desde 2010 a única de seda natural em escala industrial no Ocidente. Conta com duas unidades fabris instaladas na cidade de Bastos (matriz fundada em 1940 por imigrantes japoneses), em São Paulo, e outra em Londrina, no Paraná. Tem compromisso com o desenvolvimento sustentável e a geração de renda no campo.
