STF homologa delações da Odebrecht na Lava Jato

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou nesta segunda-feira as delações de 77 executivos e ex-funcionários da empresa Odebrecht que detalham o esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato. Na prática, isso significa que os mais de 800 depoimentos prestados ao Ministério Público Federal (MPF) se tornaram válidos juridicamente, isto é, podem ser utilizados como prova. O conteúdo segue sob sigilo, o que impede a população de saber os nomes dos políticos, empresários e demais pessoas com suspeita de envolvimento no esquema.
Entretanto, vazamentos parciais indicam que o presidente da República, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, além de vários parlamentares e ministros foram citados pelos delatores como beneficiários dos pagamentos de propina. As falas dos delatores já foram remetidas de volta ao MPF para serem investigadas a fundo.
A homologação ocorre após a morte do relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, na semana passada, na queda de um avião em Paraty, no Rio. Mesmo em recesso, ele trabalhava para conseguir homologar rapidamente as delações.
“A homologação é um ato de justiça não apenas à memória do ministro Teori Zavascki, mas de garantia à sociedade de que o julgamento da Lava Jato não será interrompido ou mesmo atrasado, beneficiando corruptos e corruptores”, destacou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia.

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