A Confederação Nacional da Indústria (CNI) quer aumentar a agenda bilateral de acordos com o novo governo do Paraguai sob o comando do presidente eleito Mario Abdo Benítez, empossado hoje (15). Para os empresários, é preciso avançar na desburocratização e melhoria do ambiente de negócios. A disposição é negociar a dupla tributação.
De acordo com a CNI, a dupla tributação reduzirá a carga tributária para operações relacionadas a investimentos e de comércio de serviços. Também aumentará a segurança jurídica e a competitividade das operações de empresas paraguaias e brasileiras.
Os impactos positivos do eventual acordo alcançariam operações envolvendo pagamentos de serviços e royalties, os quais são fundamentais na agregação ao comércio bilateral de manufaturas.
Segundo estudos da entidade, a medida vai contribuir para a facilitação tanto de negócios e investimentos que estão em curso quanto futuros. No âmbito do Mercosul, o Brasil possui esse acordo somente com a Argentina.
Parceria
“O Brasil é o principal parceiro comercial do Paraguai e maior investidor no país. Com o novo governo, a indústria defende a continuidade na agenda de desburocratização e de melhoria de negócios, mas entende que é preciso avançar também em pautas pendentes. A principal delas é o da dupla tributação”, disse o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.
Segundo dados de 2017, a corrente de comércio entre Brasil e Paraguai foi em torno de US$ 3,78 bilhões. De janeiro a julho de 2018, a corrente de comércio chegou a US$ 2,2 bilhões. O valor representa alta de 5,7% em relação ao mesmo período de 2017.
Em relação às empresas brasileiras no Paraguai, o investimento brasileiro acumulou estoque de US$ 815 milhões em 2017, sendo os principais setores alimentos e tabaco, construção civil e materiais de construção, serviços financeiros, transportes e têxtil.