A Intenção de Consumo das Famílias no Rio Grande do Sul (ICF-RS) apresentou em maio elevação de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O indicador fechou aos 73,0 pontos, segundo levantamento da Fecomércio-RS.
Considerando os componentes que formam o ICF, ocorreu melhora em vários itens pesquisados no confronto com 2016. A exceção foram os índices de avaliação da renda atual, acesso a crédito e perspectivas profissionais. A segurança em relação à situação do emprego apresentou elevação de 27,2%, alcançando 109,0 pontos.
O resultado é reflexo dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que tem revelado a criação líquida de postos de trabalho mais intensa. Esse movimento acaba por influenciar positivamente na confiança dos trabalhadores. A avaliação quanto à situação de renda caiu 8,3% sobre maio/2016, registrando 67,6 pontos. Apesar do processo de desinflação ainda se verifica aumento dos preços e o resultado acaba sendo uma percepção de renda reduzida por parte das famílias.
Em relação ao consumo atual, houve melhora no mês de maio deste ano, com acréscimo de 15,6% (54,7 pontos) na comparação com o mesmo período de 2016. O índice que mede a facilidade de acesso ao crédito teve recuo de 3,1%, alcançando 60,9 pontos. Apesar da taxa básica de juros ter recuado nos últimos meses, a inflação também tem caído, fato que mantém a taxa de juros em patamar elevado. Também os bancos estão mais receosos em oferecer crédito.
O indicador que mede o momento para o consumo de bens duráveis apresentou crescimento de 16,0% em maio, ficando em 41,8 pontos. Apesar da alta, a pesquisa destaca que o cenário atual de renda e crédito afeta de forma especial o consumo de bens duráveis, itens geralmente de maior valor. “A intenção de consumo das famílias deverá repercutir negativamente as graves notícias recentemente divulgadas. Se a incerteza política já se mostrava por natureza um freio ao crescimento econômico, ela se potencializou significativamente na última semana e isso é um banho de água fria na retomada da economia”, afirma o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
O indicador de perspectiva profissional alcançou 87,0 pontos, uma queda de 16,8% em relação ao mesmo período de 2016. Como tem ocorrido nos últimos meses, a perspectiva de melhora na economia se refletiu na segurança no emprego, porém não em uma maior confiança dos trabalhadores em relação às perspectivas de melhoras de cargos ou salários. Já em relação ao consumo, as perspectivas seguem uma trajetória de recuperação desde agosto/2016. Em maio, fechou em 90,2 pontos, variação positiva de 62,6%.