“Ela tinha uma característica muito forte quando o assunto era trabalho: além de ótima médica, era uma espécie de mãe e tinha um cuidado especial com cada paciente, com os colegas, com todo o Hospital.” Assim, Paulo Sehn, presidente da Unimed Vale do Caí, descreveu a pediatra Evely Rabello Drummond, médica que agora dá nome à UTI Neonatal do Hospital. Quinta-feira, no dia em que a unidade de tratamento intensivo completou um ano após sua reabertura, a família da médica participou da homenagem à colaboradora, que faleceu em 2016, após enfrentar uma hepatopatia autoimune no fígado.
Durante o descerramento da placa em frente à UTI Neonatal, Paulo falou da importância da reabertura da unidade, que foi reformada e hoje está equipada com toda a tecnologia necessária para prestar atendimento para recuperação dos pequenos pacientes, de forma qualificada e humanizada. “A UTI conta com uma equipe de 14 neonatologistas, além de enfermeiros e técnica de enfermagem”, salienta. A unidade conta com cinco leitos para atendimento de recém-nascidos que necessitem de cuidados intensivos e dois leitos intermediários. Desde que foi reaberta, já foram atendidos 83 bebês.
Segundo Paulo Sehn, muitos foram os casos resolvidos com sucesso na unidade, e muito disso se dá graças ao emprenho dos funcionários, que abraçaram a UTI como se fosse algo pessoal, algo deles, e trataram tudo com uma dedicação enorme. “Assim como Evely sempre tratou”, enfatiza. “O nome dela vai estar aqui na frente. Que todos que passem por aqui leiam e carreguem um pouquinho da força que essa mulher teve”, destacou.
Para o filho da pediatra, Luis Gustavo, o reconhecimento pelo trabalho e dedicação da mãe é muito especial e é uma forma de alento para a família. “Gratidão por valorizar o legado dela, da maneira intensa como ela sempre viveu. Ela plantou uma semente do bem, que temos que semear”, acrescentou o filho. Segundo Luis Gustavo, cada criança que passar pela UTI poderá, com certeza, contar com a proteção de Evely.
Doação de órgãos poderia ter salvado a médica
Natural de Porto Alegre, Evely Rabello Drummond era médica especializada na área de pediatria e trabalhou na Unimed Vale do Caí de 1990 até 2016. Ela faleceu dia 8 de maio do ano passado, no Dia das Mães, devido a uma hepatopatia autoimune no fígado (uma doença na qual o sistema de defesa do organismo ataca indevidamente as células do próprio fígado).
De acordo com o esposo de Evely, Aymoré Drummond, um transplante de fígado poderia tê-la salvado. Porém, ela não conseguiu um doador a tempo. Segundo o viúvo, que também é médico, as pessoas têm boa vontade, mas no momento em que é possível doar, a família passa por um dilema muito grande e a captação do órgão se torna muito difícil. “É preciso que exista uma sensibilização das pessoas para que isso seja feito. Para que vidas sejam salvas. Existem crianças, jovens, adultos e idosos que precisam. E é importante que todos tenham consciência disso”, destaca.