Assim como outros tipos de câncer, o de cabeça e pescoço também pode ser detectado precocemente. A oncologista Fernanda Pruski, da Oncoclínicas RS, comenta que é importante ficar atento a nódulos no pescoço que persistem por mais de duas semanas, mudança na voz, rouquidão persistente (por mais de 15 dias), dor de garganta que não melhora com antibiótico, dificuldade para engolir, feridas na boca que não cicatrizam e sangramentos sem motivo aparente na cavidade oral.
O autoexame deve ser feito principalmente por tabagistas e indivíduos que consomem álcool regularmente, perfis com maior propensão à doença. Os fatores de risco estão presentes em 75% dos casos. “O processo do autoexame é bem simples e envolve a inspeção visual e palpação em frente ao espelho. Durante o processo, deve-se observar a cavidade oral (bochecha, lábios, língua, assoalho bucal e palato) e o pescoço”, afirma Fernanda. Essa prática deve ser adotada mensalmente. Assim é possível evitar que a lesão seja detectada em um estágio em que não possam mais ser feitos tratamentos locais, como cirurgia e radioterapia. “Nesses casos, o tratamento pode ser mais tóxico e com piores resultados. Além disso, pode ter disseminação para outros órgãos, piorando o prognóstico da doença”.
De um modo geral, a probabilidade de cura de tumores iniciais pode chegar a 90%. Em estágios avançados, a chance fica em torno de 40%. A infecção pelo vírus HPV também pode estar associada a alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço, em especial orofaringe. Outros fatores são a má higiene da cavidade oral, alimentos com conservantes, exposição à radiação e infecção pelo vírus Epstein-Barr nos casos de lesões em nasofaringe.
Seis passos para fazer o autoexame:
– Observe e toque todo o seu rosto.
– Afaste o lábio inferior e o superior e toque a região para ver se existe alguma ferida, mancha ou coloração diferente.
– Toque e olhe os dois lados internos da bochecha e toda a gengiva para verificar se há alguma alteração.
– Observe a parte de cima da língua, movimente a língua para observar a parte inferior e as laterais.
– Apalpe o pescoço, embaixo do queixo e todo o contorno para observar se existe algum nódulo, dor ou endurecimento.
– Coloque o dedo indicador por baixo da língua e o polegar por baixo do queixo para identificar se existe alguma alteração no assoalho da boca.