A pergunta mais frequente entre casais que sonham ter um bebê é: como engravidar rápido? Com as dúvidas que permeiam a questão, os futuros papais podem se sentirem perdidos durante as tentativas. Mas, calma, tem como os dois, juntos, adotarem algumas iniciativas e comportamentos no dia a dia para ampliar a probabilidade de gravidez em curto prazo. Para casal que já engravidou, existem outras dúvidas: e agora? O que fazer? O que não fazer? Fiquem tranquilos. Com algumas dicas, a tarefa pode se tornar mais fácil. Vale lembrar que em casais saudáveis, uma das condições que mais influencia na possibilidade de engravidar rápido é a idade, principalmente a da mulher. A frequência sexual também é determinante neste processo.
A ginecologista e obstetra montenegrina Juliana Paulina Schneider afirma que durante o período fértil, que é no meio do ciclo, deve ser onde o casal dará ênfase às relações sexuais. “Sempre digo para tentantes terem três ou quatro relações sexuais por semana”, destaca. Além disso, ela ressalta a importância da busca por um profissional da área para dicas durante as tentativas, além de manter os exames, saúde física e mental sempre em dia. “A mulher estar ciente da idade também interfere muito na fertilidade. Já sabemos que nosso pico vai até os 35 anos, após, a queda da reserva ovariana é bem mais intensa”, salienta. Com cuidados e mudança de hábitos, mulheres dentro desta faixa etária podem engravidar em um ano.
Identificar seu período fértil é fundamental e um dos primeiros passos se você deseja engravidar. Todo ciclo inicia com a menstruação. Em um ciclo regular, com duração média de 28 dias, o período menstrual acontece de três a oito dias. Para descobrir seu período fértil, a mulher deve contar 14 dias a partir do primeiro dia da menstruação e acrescentar três dias antes, assim como três dias após da data. Ou seja: se o primeiro dia de menstruação foi dia 1° de janeiro, este foi o início de seu ciclo, e no 14° dia ela estará ovulando. Acrescentando os três dias antes e os três depois, o período fértil desta mulher ocorrereu do dia 11 ao dia 17 de janeiro. Assim, caso com relações sexuais durante este período sem nenhum método contraceptivo, há grande possibilidade de gravidez.
Sintomas do período fértil
Juliana explica que ao mesmo tempo em que algumas mulheres não sentem mudanças em seu corpo, outras percebem bastante. “É bem individual, mas pode existir uma dor característica chamada ‘dor do meio’, ‘dor da ovulação’, ou cientificamente ‘dor de Mittelschmerz’”. Esta dor ocorre de um lado ou de outro quando a mulher já está ovulando,” afirma. Um dos principais sintomas de que a mulher está em seu período fértil é a secreção vaginal, com consistência de clara de ovo. É um muco cervical que ajuda a conduzir o espermatozóide rumo ao óvulo. Essa secreção não tem odor e ocorre durante todo o ciclo, mas fica mais fina durante o período fértil. O aumento da libido também é um sinal, que como se sabe, é a vontade de manter relações sexuais, provocada em parte pelo aumento dos níveis de estrogênio no corpo. Uma dor leve na região da pelve também pode ser sentida neste período. São leves pontadas, quase que imperceptíveis, que podem sinalizar que o óvulo está se soltando e se preparando para receber o espermatozóide.
Após engravidar, Juliana relembra que cada mulher pode sentir sintomas de maneiras diferentes. “Isso porque algumas sabem exatamente o dia que tiveram a relação e engravidaram, outras vão notar cólicas diferentes e ausência da menstruação”, explica. A dor nas mamas também é comum, assim como enjôo e sono em excesso. “Então a mesma paciente em uma gestação pode sentir todos os sinais do corpo e na outra nem tantos. Mas, esteja sempre atenta se a menstruação atrasar, pois é um clássico”, destaca.
Alimentação: cuidados antes, durante e depois da gestação
Laiala Pithan, nutricionista especialista em crianças e gestantes, explica que uma boa alimentação, rica em orgânicos e pobre em industrializados, frituras e agrotóxicos é o primeiro passo para a mulher que pretende engravidar. “Além de garantir nutrientes necessários para concepção, estimula os hormônios envolvidos na fertilidade. Contribui muito para a produção e liberação de óvulos mais viáveis”, salienta. Ela ainda destaca que o cuidado com a alimentação deve iniciar no mínimo três meses antes das tentativas de engravidar. “Uma dieta rica em alimentos que contenham ácido fólico, ferro, zinco, selênio, Vitamina B6 vitamina A, C e E, atuam diretamente no sistema reprodutor feminino”, pontua. A ginecologista Juliana afirma que o ácido fólico é utilizado para o desenvolvimento do tubo neural que é o sistema nervoso central do feto até as 12 semanas. “Todas as tentantes podem começar a usar ele já nas primeiras tentativas, porque pode não se saber ao certo quando vai engravidar. É super indicado até essa idade gestacional e as contraindicações são mínimas.”
Mas, lembre-se, futura mamãe: sua alimentação interfere diretamente na saúde do bebê após engravidar. Por isso, existem vitaminas e minerais essenciais para o período gestacional. “É essencial a dosagem para averiguar a reserva destes e a suplementação, se necessário”, ressalta Laiala. Por isso o acompanhamento nutricional também é essencial. Dentre os mais importantes durante o acompanhamento, a nutricionista destaca ferro, vitamina D, ômega 3, B12 e B9. Quanto às contraindicações, Laiala explica que são orientadas individualmente, de caso para caso. Por exemplo, se ocorrer de a paciente ter alguma complicação durante o pré-natal. “De modo geral, o cuidado é com excesso de doces, cafés e demais fontes de estimulantes, como a canela. Ainda, com produtos industrializados por serem riquíssimos em sódio, saladas e alimentos crus – pelo risco de contaminação”, conclui.
Fique atenta, pois após o nascimento do seu bebê, a alimentação não se torna menos regrada e importante. Existem algumas particularidades especiais para este período. Laiala afirma que na grande maioria, a restrição de alimentos causadores de gases auxilia bastante. Ao mesmo tempo em que algumas restrições são necessárias, o aporte energético de alimentos de alto valor energético precisa estar presente. “Necessita muita hidratação para a produção de leite materno e suplementação vitamínica. Em especial, ferro, vitamina C e D, zinco e ômega 3, são indispensáveis após a concepção”, diz.
Leite materno
Não é novidade que o leite materno é o alimento mais completo que existe, com aporte energético e vitamínico necessário ao recém-nascido. Além disso, ajuda na proteção imunológica do bebê. Por isso, o aleitamento no peito deve ser exclusivo até os seis meses de vida do bebê, e após esse período, mantido junto à alimentação, até dois anos ou mais. Segundo Laiala, a introdução alimentar é recomendada a partir do sexto mês de vida. “Em alguns casos, que a mãe precisa retornar ao trabalho ou intercorrência da dieta materna, inicia-se um pouco antes. Mas, esses casos precisam ser bem acompanhados pelo profissional habilitado”, relembra. Apenas após o sexto mês de vida do bebê a alimentação é modificada. “Iniciamos com frutas e logo após, a papa principal: almoço e jantar. Se possível, restrito em sal para despertar o real sabor dos alimentos”, argumenta. Laiala ainda relembra que os bebês não têm necessidade de receber sucos, chás e água durante o período da amamentação.