Proteção solar é fundamental durante o Verão

O sol é, de fato, essencial para a vida humana. Ele fornece energia, promove a síntese de vitamina D e é sinônimo de lazer para muitas pessoas. No entanto, segundo a dermatologista montenegrina Daiana Decusatti, é preciso ter cuidado ao aproveitar os raios solares. Em entrevista à Rádio Ibiá Web, ela aborda a importância da proteção contra os danos causados pela radiação ultravioleta (UV), desmistifica o uso de protetores solares e apresenta alternativas modernas para o cuidado com a pele.

“Eu também gosto de sol, gosto de dias ensolarados”, inicia Daiana. “Às vezes as pessoas acham que eu quero que chova, que ninguém pegue sol. Não é isso! O sol é muito importante para o desenvolvimento de vários órgãos do corpo. Mas precisamos ter cuidado, porque, como eu sempre digo, uma hora a conta chega.”

A exposição excessiva ao sol pode trazer consequências graves, como o envelhecimento precoce e o câncer de pele. “Não custa usar um chapéu, boné ou protetor solar. Hoje temos até camisetas com tecidos que oferecem proteção solar e dispensam reaplicações frequentes nas costas, que é uma região difícil de alcançar sozinho”, recomenda.

Outro ponto destacado pela dermatologista é a necessidade de utilizar o protetor solar mesmo em ambientes internos. “A radiação passa. Aqui no estúdio, por exemplo, mesmo que desligássemos as luzes, a luminosidade continuaria e com ela, a radiação. Então, mesmo em casa ou em dias nublados, é importante se proteger”, reforça. Ela explica que a proteção solar deve ir além de um simples ritual matinal. “Não basta aplicar o protetor uma vez, é preciso reaplicar ao longo do dia. A pele absorve, e o protetor acaba saindo quando tocamos o rosto ou transpiramos.”

Além de protetores solares tradicionais, a dermatologista cita alternativas modernas, como camisetas, luvas e acessórios com proteção UV. “Esses itens são muito usados por ciclistas e esportistas ao ar livre. Eles eliminam a necessidade de reaplicações constantes e são uma forma prática de se proteger.”

Diversidade de produtos: escolha ideal para sua pele

Com a ampla gama de protetores solares disponíveis no mercado, a dermatologista destaca que não há mais desculpas para não se proteger. “Homens geralmente preferem os protetores bem fluídos, que são líquidos e não deixam sensação oleosa. Já para mulheres, temos opções como protetores com cor, que funcionam como uma base, ou até em pó, que permitem reaplicação sem comprometer a maquiagem.”

Daiana também ressalta a importância de adequar o produto ao tipo de pele. “A pele do corpo, por ser mais seca, tolera produtos mais hidratantes. Já o rosto precisa de fórmulas mais leves, especialmente para quem tem pele oleosa. O mais importante é achar o produto que você goste de usar, porque de nada adianta comprar e não aplicar por achar desconfortável.”

Quais são os tipos de protetor solar?

Entre um modelo e outro, é possível perceber diferenças na textura, na cor e até mesmo na forma como o produto é aplicado. Líquido, fluído ou gel: muito conhecidos pela questão estética, essas opções têm como principal característica não ficar aparente na pele, já que a textura é mais leve, feita à base de água. O resultado é um acabamento sequinho e sem oleosidade. Já com cor é o modelo mais versátil, principalmente para quem leva uma vida agitada. O filtro com cor ajuda a proteger a pele e ainda funciona como base para uniformizá-la.

Bastão: excelente para uso no rosto, existem opções específicas para os lábios que, além de protegidos, também ficam hidratados;
Cremoso e/ou pastoso: essa versão pode funcionar tanto para o corpo quanto para o rosto. Geralmente, ele é branco e consistente, o que pode demandar mais tempo na hora de espalhar;

Em pó: a principal função da versão em pó é retocar o produto com facilidade durante o dia a dia. Assim, é possível manter a maquiagem uniforme e a pele protegida;

Spray: recomendado para o corpo, esse tipo de protetor pode ser espalhado com muita facilidade, além de poder ser aplicado no couro cabeludo, um local que muitos esquecem.

Protetor químico X físico

A resposta é sim! O protetor físico também pode ser chamado de “mineral” ou “inorgânico” e age como uma barreira de proteção na pele, evitando que a radiação solar te prejudique. Já o protetor químico pode ser chamado de “orgânico” e é constituído de partículas capazes de absorver a energia da radiação ultravioleta e transformá-la numa energia de outra frequência, menos danosa à pele. Independentemente do modelo que você escolher, o protetor solar nunca pode ser deixado de lado, pois sua utilização é uma estratégia importante de prevenção contra o câncer de pele.

Insolação

Após exposição excessiva ao sol, pode ocorrer insolação, que é caracterizada pela presença de temperatura axilar elevada (igual ou superior a 39,5°C), na ausência de febre. A insolação pode ocorrer não apenas devido à exposição solar, mas também quando a pessoa não está devidamente protegida com o uso de filtro solar ou quando ela se encontra em um ambiente muito quente, sem o uso de roupas apropriadas e com baixa ingestão de líquidos e de alimentos.

As manifestações clínicas de insolação incluem irritabilidade, pele muito irritada pelo suor no pescoço e axilas, câimbras musculares, sensação de esgotamento físico, náuseas, vômitos, cefaleia, perda de consciência e desidratação. Diante de um quadro de insolação, é recomendado que se tome banho fresco e seja mantida a hidratação em um ambiente arejado.

Proteção para crianças e práticas no dia a dia

Foto: freepik

Quando se trata dos pequenos, a dermatologista indica produtos específicos, como protetores em stick. “O stick é muito prático. Além de evitar bagunça, facilita a aplicação em áreas difíceis, como o rosto, onde as crianças geralmente não gostam de passar creme”, comenta. Para quem está na praia ou na piscina, Daiana alerta: “Na praia, o ideal é reaplicar o protetor a cada duas horas ou após entrar na água. Apesar de existirem produtos mais resistentes à água, eles não são completamente à prova dela.”

O importante na hora é hidratar a criança com bastante água e no caso de bebês, o leite materno. É essencial que os responsáveis tomem medidas preventivas para que não haja nenhum problema. Veja abaixo alguns conselhos fundamentais para tratar e prevenir as queimaduras solares:

Visita ao médico: para evitar um dano maior na pele e algum risco à saúde é preciso levar a criança ao pediatra ou dermatologista. Somente um profissional pode avaliar o grau da queimadura e orientar sobre o tratamento adequado;

Alívio do incômodo: molhar um pano ou gaze em água fria para pôr na área afetada contribui para a sensação de alívio. Além de refrescar, hidrata a pele para impedir o ressecamento. Essa medida também contribui para a dor que a queimadura causa. Um conforto de no máximo 15 minutos para a pele durante algumas vezes ao dia;

Queimadura com bolha: muitas queimaduras acabam causando bolhas no local. É proibido perfurar as bolhas. Elas são uma proteção da pele machucada e colaboram com a cicatrização do local. Elas devem ser tratadas com gazes e soro fisiológico para aliviar as dores e não ficarem expostas;

Fator de proteção solar (FPS): o que realmente importa?

Sobre o FPS, ela esclarece dúvidas comuns. “Quanto maior o FPS, maior será o tempo de proteção. No entanto, a diferença de proteção entre um FPS 30 e um FPS 50 é pequena, com o 30 protegendo 97% e o 50 um pouco mais. O mais importante é a reaplicação frequente.” Daiana também menciona produtos com FPS acima de 70, disponíveis em mercados especializados. “Para quem tem pele clara e sensível, esses fatores altos são um investimento. Contudo, mesmo com FPS 100, a proteção pode ser comprometida pelo toque ou suor.”

Cuidados preventivos: um hábito diário

Daiana conclui a entrevista com um conselho valioso: “A proteção solar deve ser encarada como um hábito diário, assim como escovar os dentes. Comece deixando o protetor ao lado da escova de dente para não esquecer. Lembre-se: cuidar da pele hoje é garantir saúde e qualidade de vida no futuro.” A mensagem final é clara: o sol é um aliado, mas deve ser aproveitado com responsabilidade. Como destaca a dermatologista, “não é sobre evitar o sol, mas sim sobre saber conviver com ele de forma segura.”

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