Atualizado: Hospital Montenegro encerra atendimentos eletivos

A partir desta quinta-feira, dia 1º de outubro, o Hospital Montenegro 100% SUS (HM) não realiza mais consultas, exames e procedimentos a nível ambulatorial. Em nota à imprensa, o diretor técnico, Jean Ernandorena informa que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) foi notificada através de proposta de plano operativo, revelando “colapso financeiro”.

A direção recorda que, no período de 2017 a 2020, foram realizadas 2.833 cirurgias em diversas especialidades: oftalmologia, bucomaxilofacial, ginecologia, ortopedia/ traumatologia, urologia, cirurgia vascular, otorrinolaringologia, gastroenterologia, cirurgia torácica e cirurgia geral. Também foram realizados 357.317 mil exames complementares. No último ano, foram realizados 18.122 mil consultas ambulatoriais.

O texto afirma que Hospital Montenegro é uma entidade privada de caráter filantrópico que aderiu à Portaria 100% SUS, passando a ser financiado, desde 20 de setembro de 2012, exclusivamente com recursos públicos. “Salientamos que, sucessivamente, desde 2015, esta casa de saúde tem seu financiamento contratual reduzido”, denuncia a nota.

À situação, somou-se a inflação na área da Saúde de 35% nos últimos quatro anos. A direção avaliou que este déficit gerado levaria ao colapso da instituição, fato que afetaria o SUS em toda a Região do Vale do Caí.

Ernandorena ressalta o interesse do HM em manter esses atendimentos, porém diz que a casa de saúde não possui mais capacidade econômica para arcar com os custos destes. “Para isso, uma adequação contratual deverá ser realizada junto ao Estado”, explica. O texto encerra responsabilizando a Secretaria Estadual e os Municípios da região pelo encaminhamento dos usuários para outros centros de Saúde.

Recursos para a Covid-19 têm destino específico
Criou-se na comunidade, sobretudo nas redes sociais, um debate a respeito da possibilidade de realocar os recursos destinados pela União e pelo Estado para enfrentar a Covid-19 – mantendo assim os serviços eletivos -, hipótese que o que o diretor Carlos Batista informou ser impossível, por ser um dinheiro com destino específico. “É obvio que não. O recurso do contrato é para investir nas demandas e no Plano Operativo deste contrato. Os outros recursos, da Covid, é para investir na Covid”, esclareceu. “Aqui não tem nenhum irresponsável que vai pegar dinheiro da Covid para investir em outros coisas”, finalizou.

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